10 OBRAS PARA VOCÊ LER E CONHECER A LITERATURA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA
Postado por DCP em 08/05/2023
A leitura dos clássicos da
literatura brasileira, sem dúvida, é indispensável na formação sociocultural de
um povo. Os clássicos refletem a nossa cultura em um determinado período da
história. Seus autores são verdadeiros ícones, que se dedicaram a trabalhar a
linguagem de maneira única e a refletirem sobre assuntos que sempre farão parte
das nossas vidas. Por outro lado, a leitura das obras contemporâneas são
fundamentais para a compreensão dos desafios enfrentados pela sociedade atual.
Aqui apresentamos 10 obras desses autores para você conhecer, ler e ter em sua
coleção. A seleção das obras foram baseadas em opiniões de leitores e da
editoria do site ‘Domingo com Poesia” – DCP.
1 . Dois Irmãos
(Companhia das Letras, 2000), de Milton Hatoum
O enredo desta vez tem
como centro a história de dois irmãos gêmeos - Yaqub e Omar - e suas relações
com a mãe, o pai e a irmã. Moram na mesma casa Domingas, empregada da família,
e seu filho. Esse menino - o filho da empregada - narra, trinta anos depois, os
dramas que testemunhou calado. Buscando a identidade de seu pai entre os homens
da casa, ele tenta reconstruir os cacos do passado, ora como testemunha, ora
como quem ouviu e guardou, mudo, as histórias dos outros. Do seu canto, ele vê
personagens que se entregam ao incesto, à vingança, à paixão desmesurada. O
lugar da família se estende ao espaço de Manaus, o porto à margem do rio Negro:
a cidade e o rio, metáforas das ruínas e da passagem do tempo, acompanham o
andamento do drama familiar. Prêmio Jabuti 2001 de Melhor Romance.
Fonte: amazon.com.br
2 . Torto arado (Ed.
Todavia, 2019), de Itamar Vieira Junior
Um texto épico e lírico, realista
e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de
insubordinação social. Vencedor do prêmio Leya 2018. Nas profundezas do sertão
baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na
mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas
vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama
conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história
de vida e morte, de combate e redenção.
Fonte: estantevirtual.com.br
3 . Olhos D’água (Ed.
Pallas, 2014), de Conceição Evaristo
Em Olhos d’água Conceição
Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando,
sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem
sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus
contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga
Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma
mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados
instantâneos da vida?Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências,
mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que,
lemos no conto “O Cooper de Cida”, é a “corda bamba do tempo”. Em Olhos d’água
estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e
mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais,
existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana
condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento
as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.
Fonte: amazon.com.br
4 . Anos de Chumbo (Companhia
das Letras, 2021), de Chico Buarque
Imersos na elogiada
atmosfera da ficção de Chico Buarque, caracterizada pela agudeza da observação
e a oposição frequente entre o poético e o cômico, os oito contos que formam
este volume conduzem o leitor pela sordidez e o patético da condição humana.
Com alusões ocasionais à barbárie do presente, o autor ergue um labirinto de
surpresas, em que o sexo, a perversidade, o desalento e o delírio são elementos
constitutivos da trama. Em Anos de chumbo, Chico Buarque põe seu conhecido
domínio da linguagem a serviço da concisão da forma. O resultado é arrebatador.
Fonte: amazon.com.br
5 . A luta verbal (Iluminuras,
2022), de Raimundo Carrero
Este livro é um manifesto
literário que se define como um grito de dor contra a fome, a miséria, o
racismo, a discriminação e o preconceito de toda ordem, unindo a um só tempo a
técnica e a expressão literária popular. A Luta verbal é a segunda edição do
livro A preparação do escritor, publicado por esta casa em 2007, acrescido
deste ensaio que enriquece o estudo da literatura brasileira. Raimundo Carrero
nasceu em dezembro de 1947 na cidade de Salgueiro, sertão de Pernambuco, e é um
dos autores mais premiados do Brasil. Conquistou o prêmio Jabuti em 2000;
Prêmio São Paulo em 2010; o Prêmio APCA em 1995 e 2015; o Machado de Assis em
1995 e 2010; Prêmio Revelação do ano, em 1997, da Secretaria Estadual de
Cultura do Rio Grande do Sul; Prêmio José Condé em 1984; e Prêmio Lucilo
Varejão em 1986.
Fonte: Iluminuras.com.br
6. Trilogia Brasil
(Record, 2022), de Antônio Torres
Trilogia Brasil reúne três
romances de Antônio Torres: Essa terra, O cachorro e o lobo e Pelo fundo da
agulha, numa reunião de histórias de desenraizamento, afeto e encontro. Em
comemoração aos 50 anos de sua obra literária, Antônio Torres, imortal da
Academia Brasileira de Letras, reúne em Trilogia Brasil as obras que contam
etapas diferentes da vida de um retirante, com décadas de distância, e que aqui
completam o seu curso. Ao retratar o impacto da cidade grande sobre o retirante
– o imigrante nordestino -, a Trilogia Brasil é representativa da população
brasileira que migra em busca de melhores condições de vida, mas encontra uma
realidade hostil nos meios urbanos. Entre encontros e desencontros, afeto,
desenraizamento e retorno às origens, a história de um retirante e suas dores é
também a história do Brasil.
Fonte: Record.com.br
7 . Papéis de Prosa:
Machado & Mais e Papéis de Poesia II (Ed. Unesp, 2023), de Antonio Carlos
Secchin
Em dois novos títulos,
imortal da Academia Brasileira de Letras passeia sobre a língua portuguesa e a
literatura brasileira, compartilhando variadas maneiras de ler, discutir e
escrever poesia. É dessa forma que o imortal da Academia Brasileira de Letras,
poeta, ensaísta e crítico literário Antonio Carlos Secchin define o “despertar
da escrita”. Percorrendo as veredas da prosa e da poesia, ele dá à luz dois
livros que chegam agora pela Editora Unesp: Papéis de prosa: Machado & mais
e Papéis de poesia II. No primeiro, Secchin reúne discursos acadêmicos,
entrevistas, uma reflexão sobre a língua portuguesa e ensaios sobre a
literatura brasileira, com destaque à obra de Machado de Assis. Já em Papéis de
poesia II, ele devassa bastidores de alguns de seus poemas, compartilha com
seus leitores variadas maneiras de ler, discutir e escrever poesia e apresenta
o percurso de suas leituras de poemas alheios, não hesitando em discutir
aspectos gerais da poesia.
Fonte: editoraunesp.com.br
8 . Araras vermelhas
(Companhia das Letras, 2022), Cida Pedrosa
Um olhar emocionante sobre
os eventos que moldaram a história recente do Brasil por uma das vozes mais
admiráveis da poesia contemporânea. Neste longo e comovente poema, a autora do
premiado Solo para Vialejo narra um episódio ainda pouco comentado na história
recente do Brasil: a Guerrilha do Araguaia. Ao entrelaçar memórias pessoais,
acontecimentos históricos e referências culturais das décadas de 1960 e 1970,
Cida Pedrosa constrói um retrato brutal do autoritarismo e da violência do
Estado – mas revela também uma inabalável esperança em construir outro futuro.
Fonte: companhiadasletras.com.br
9 . O homem ridículo (Tordsilhas,
2019), de Marcelo Rubens Paiva
Marcelo Rubens
Paiva é um nome importante da literatura brasileira contemporânea que resolveu
reunir uma série de contos e crônicas que criou em torno da questão do gênero
para lançar O homem ridículo. Muitos desses pequenos textos
foram escritos há tempos e obrigaram a uma releitura e reescrita do autor, que
pretendeu aqui levantar a discussão sobre os papéis sociais e os clichês de
gênero. Marcelo Rubens Paiva escolheu colocar luz nos lugares de fala de homens
e mulheres e compreender melhor a dinâmica entre os casais, fazendo um retrato
afetivo e contemporâneo sobretudo das relações amorosas.
Fonte: culturagenial.com
10 . Pequeno manual antirracista (Companhia
das Letras, 2019), de Djamila Ribeiro
A jovem ativista brasileira Djamila
Ribeiro é uma das vozes contemporâneas mais importantes na luta contra o
racismo. Na sua obra curta, Djamila convida o leitor, ao longo de onze
capítulos, para refletir sobre o racismo estrutural, arraigado na nossa
sociedade. O livro recebeu o Prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas e vai
de encontro a um movimento mais amplo presente na literatura brasileira
contemporânea de ouvir o outro, entender o seu lugar de fala, reconhecer a sua
voz e legitimar o seu discurso. Em onze capítulos curtos e contundentes, a
autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua
percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade
pela transformação do estado das coisas. Já há muitos anos se solidifica a
percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando
desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega
direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito. Reconhecer as raízes e
o impacto do racismo pode ser paralisante.
Fonte: companhiadasletras.com.br
*Natanael Lima Jr é pesquisador, poeta e editor
Excelente seleção, nobre
ResponderExcluirObg por teu comentário e presença marcante. Abs
ExcluirSó top!
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