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10 LIVROS DE AUTORES ESTRANGEIROS CONTEMPORÂNEOS

 Postado por DCP em 10/05/2023


 Por Natanael Lima Jr.*








Imagem: Reprodução







Depois da excelente visualização sobre as “10 obras de autores brasileiros contemporâneos”, estamos aqui para uma nova aventura literária com os “10 livros de autores estrangeiros contemporâneos”, que você também precisa conhecer e, talvez, ainda, não tenha tido a oportunidade de ler seus livros.

 

Para essa novíssima aventura, convidamos a especialista em livros Vera Cohim, produtora do “Conversa sobre livros”, http://youtube.com/@conversasobrelivroscomvera9187 para indicação das obras. Foram selecionados autores dos países: Tanzânia, Israel, Moçambique, Argentina, Marrocos, Inglaterra, EUA, Japão e Coreia do Norte. Vamos conhecer agora os livros?






1 . Sobrevidas (Companhia das Letras, 2022), de Abdulrazak Gurnah

 

 




Deutsch-Ostafrika, início do século XX. Os colonizadores avançam violentamente pela África, dizimando povos e impondo regras e costumes. No litoral do oceano Índico, Khalifa e Asha estão tentando ter o primeiro filho e logo conhecem Ilyas, que chega à cidade para trabalhar. Ainda menino, ele fora raptado por um askari das tropas coloniais e anos depois descobre que os pais morreram e que sua irmã, Afiya, está vivendo em condições deploráveis. Já Hamza chega em busca de emprego e segurança e lá acaba se apaixonando por Afiya. Num período de lembranças traumáticas, ele integrara a Schutztruppe, lutando contra o próprio povo ao lado dos colonizadores. Neste romance magistral, Abdulrazak Gurnah joga luz sobre as consequências devastadoras da opressão e do colonialismo sobre todo um continente. Enquanto os personagens vivem, trabalham e se apaixonam, pairam sobre eles o fantasma da guerra e a possibilidade de que novos combates arrasem a vida de todos mais uma vez. Do vencedor do prêmio Nobel de Literatura, um romance arrebatador que tem como pano de fundo os efeitos brutais do colonialismo na África Oriental.

 

Fonte: companhiadasletras.com.br

 

 

 

2 . Outro lugar (Todavia, 2022), de Ayelet Gundar-Goshem

 

 




Como uma mãe reage quando seu filho de dezesseis anos é suspeito de estar envolvido em um assassinato? Em Outro lugar, a israelense Ayelet Gundar-Goshen constrói um thriller psicológico emocionante que é, ao mesmo tempo, um romance familiar e social sobre uma época em que, como nunca antes, as identidades culturais e raciais andam em permanente fricção. Romance em que o mistério vem a reboque de uma visão afiada sobre emigração, integração, racismo e violência, Outro lugar é um vigoroso painel da vida contemporânea e uma narrativa envolvente e emocionante de uma das maiores escritoras israelenses contemporâneas.

 

Fonte: todavialivros.com.br



 

3 . Niketche (Companhia das Letras, 2022), de Paulina Chiziane

 

 



 

Marco da literatura moçambicana, Niketche é uma obra que questiona as tradições e debate, como nunca antes, as condição feminina na sociedade. Esta é a obra-prima de Paulina Chiziane, vencedora do prêmio Camões 2021. "Ninguém pode entender os homens. Como é que o Tony me despreza assim, se não tenho nada de errado em mim? [...] Dei-lhe amor, dei-lhe filhos com que ele se afirmou nesta vida. Sacrifiquei os meus sonhos pelos sonhos dele. Dei-lhe a minha juventude, a minha vida. Por isso afirmo e reafirmo, mulher como eu, na sua vida, não há nenhuma! Mesmo assim, sou a mulher mais infeliz do mundo." Esse é o desabafo de Rami, protagonista de Niketche, que depois de vinte anos de casamento descobre que seu marido está vivendo uma vida dupla - ou melhor, quíntupla. Em uma tentativa de salvar seu relacionamento e seguindo os moldes da sociedade em que vive, Rami se une às amantes de Tony e exige que ele se case também com as outras quatro mulheres, seguindo o costume da poligamia -- somente assim os direitos e a honra das cinco estaria garantido. Mas essa união provoca desdobramentos até então inimagináveis.

 

Fonte: companhiadasletras.com.br

 

 

 

4 . A biblioteca à noite (Companhia das Letras, 2006), de Alberto Manguel

 

 



 

Depois de viver em vários países, Manguel encontra numa aldeia francesa o lugar perfeito para reunir seus livros: um galpão medieval em ruínas anexo à casa paroquial, que adquire e reforma. Aos poucos, a biblioteca toma forma a partir de pedras soltas, caixotes abertos, pilhas de livros, reminiscências e idiossincrasias de seu dono. O dom narrativo de Manguel faz de cada questão prática - qual a forma ideal de um acervo, em que ordem dispor os livros, que obras manter e que obras descartar - o ensejo para passeios eruditos por bibliotecas antigas e modernas, de papel ou de bits, povoadas pelos tipos mais desvairados e cativantes. Nos quinze ensaios de A biblioteca à noite, os valores e sentidos representados no ato de colecionar livros são esmiuçados: afinal, ao longo da história as bibliotecas simbolizaram as aspirações e pesadelos mais díspares da humanidade. Alberto Manguel é um escritor, tradutor, ensaísta e editor argentino e atualmente cidadão canadense. É autor de vários livros de não-ficção e análise literária, a maioria deles em inglês.

 

Fonte: companhiadasletras.com.br

 

 

 

5 . Canção de ninar (Seguinte, 2015), de Leïla Slimani

 

 




Com uma tensão crescente construída desde as primeiras linhas, Canção de ninar trata de questões que revelam a essência de nossos tempos, abordando as relações de poder, os preconceitos entre classes e culturas, o papel da mulher na sociedade e as cobranças envolvendo a maternidade. Publicado em mais de 30 países e com mais de 600 mil exemplares vendidos na França, Canção de ninar fez de Leïla Slimani a primeira autora de origem marroquina a vencer o Goncourt, o mais prestigioso prêmio literário francês.

 

Fonte: amazon.com.br

 

 

 

6 . A vida na sarjeta (É Realizações, 2015), de Theodore Dalrymple

 

 



 

Este livro é o relato pungente da vida da subclasse inglesa e das razões de as pessoas persistirem nessa vida, escrito por um psiquiatra britânico que cuida da clientela de baixa renda de um hospital de periferia e dos detentos de uma penitenciária de Londres. A percepção fundamental do Dr. Dalrymple é a de que a pobreza continuada não tem causas econômicas, mas encontra fundamento em um conjunto de fatores disfuncionais, continuamente reforçados por uma cultura de elite em busca de vítimas. O livro apresenta dezenas de relatos reveladores e verídicos que são, ao mesmo tempo, divertidos, assustadoramente horríveis e bem ilustrativos, escritos em uma prosa que transcende o jornalismo e alcança a qualidade de verdadeira literatura.

 

Fonte: amazon.com.br

 

 

 

7 . Nada a invejar (Companhia das Letras, 2013), de Bárbara Demick

 

 



 

Correspondente do jornal Los Angeles Times em Seul, capital da Coreia do Sul, entre 2001 e 2006, a jornalista americana Barbara Demick fez uma exaustiva pesquisa de documentos, fotos e vídeos e entrevistou dissidentes e refugiados norte-coreanos que haviam fugido para a Coreia do Sul ou para a China. Pontuadas por informações gerais sobre a economia e a cultura do país, as histórias de Nada a invejar - título irônico extraído de um hino ufanista norte-coreano - se entrelaçam para formar um painel bastante vívido do cotidiano na Coreia dos ditadores Kim Il-sung (1912-94) e Kim Jong-il (1942-2011), pai e filho que reinaram absolutos por mais de seis décadas e ainda perpetuam seu legado autoritário na figura do herdeiro Kim Jong-un. Uma das virtudes do livro é mostrar como o culto à personalidade dos tiranos foi forjado numa mistura peculiar de marxismo-leninismo mal digerido com as tradições religiosas e populares locais. O controle absoluto da vida pessoal, que faz de cada vizinho (ou mesmo um familiar) potencial espião e delator, perpassa os relatos de todos os personagens entrevistados, assim como as dificuldades materiais e a fome - sobretudo depois da crise de escassez dos anos 1990 -, as marcas da guerra entre as Coreias e as parcas perspectivas de progresso educacional ou profissional. Uma realidade sufocante que não exclui, porém, o humor, os gestos de altruísmo e solidariedade ou os sonhos de liberdade. Com uma escrita ágil e envolvente, que atesta o ótimo domínio das técnicas narrativas literárias, a autora conduz os leitores pela experiência fascinante de espiar a vida de uma das sociedades mais isoladas e reprimidas do planeta.

 

Fonte: amazon.com.br

 

 

 

8 . A polícia da memória (Estação Liberdade, 2021), de Yoko Ogawa

 

 



 

"A polícia da memória", finalista do International Booker Prize 2020 e do National Book Awards 2019, foi traduzido em diversos idiomas e, mais uma vez, marca o talento da escritora contemporânea Yoko Ogawa. Neste romance que chega agora ao Brasil, pela Estação Liberdade, em prosa ao mesmo tempo insólita e sensível, o leitor é conduzido ao mundo das memórias perdidas. Uma ilha é vigiada pela “polícia secreta”, que busca e elimina vestígios de lembranças. Objetos, espécies e até famílias inteiras somem sem deixar traços, sem que as pessoas sequer se atentem, ou percebam os desaparecimentos, pois as recordações furtivamente também já se foram. Na trama, uma escritora tenta manter intactos resquícios de histórias, de algo que possa permanecer. Não é fácil, já que tudo ao redor desaparece, e ela não pode contar sequer com a própria memória. O leitor é convidado, instintivamente, a acessar o seu próprio arcabouço de lembranças e percorre uma jornada de recordações que também gostaria de preservar. Algo que tem se tornado familiar na atualidade, e a todos que têm criado um novo mundo, já que o anterior, pré-pandemia, não mais existe, e nunca será como antes. Acessar as memórias é acessar, também, o que criamos e o que se mistura ao real. E ler A polícia da memória é embarcar no mais profundo do ser.

 

Fonte: amazon.com.br

 

 

 

9 . Querido líder (Três Estrelas, 2016), de Jang Jin-Sung

 

 



 

Na Coreia do Norte, no setor de operações secretas conduzidas pela Seção 5 (Literatura) da Divisão 19 (Poesia) no Escritório 101, trabalhavam oito pessoas, entre elas o poeta Jang Jin-sung. Graças a um poema que escreve e que lhe rende a admiração do ditador Kim Jong-il, o escritor passa a dispor de várias regalias e privilégios, como estar frente a frente com o "Querido Líder". O seu trabalho também permite que ele tenha acesso a livros e jornais sul-coreanos e ocidentais cuja posse implicaria pena de morte a um cidadão comum. Um dia, o poeta empresta um desses livros a seu amigo Young-min, que esquece a obra no trem. Com medo de serem descobertos nessa infração às regras do regime, os dois decidem fugir da Coreia do Norte. Ao mesmo tempo que conta a história de uma escapada apavorante, Querido Líder expõe fatos estarrecedores sobre a vida do povo norte-coreano e os métodos totalitários do regime. Narrado com vigor literário e minúcia documental, esse relato real foi considerado um dos livros mais esclarecedores já escritos sobre a impenetrável Coreia do Norte.

 

Fonte: amazon.com.br

 

 

 

10 . O prazer de pensar (É Realizações, 2016), de Theodore Dalrymple

 

 



 

Por que ditadores adoram histórias em quadrinhos? Como um pênalti pode causar uma guerra entre dois países? Os livros garimpados da biblioteca de Dalrymple contam casos curiosos não com as histórias dos textos originais que carregam, mas com a sua própria trajetória. São elas que fazem o pensamento do autor viajar e trazer à tona, em seu estilo instigante, memórias e observações críticas sobre literatura, história, política, filosofia, medicina, sociedade, viagens etc. Uma jornada pelos prazeres e surpresas da bibliofilia para curiosos incuráveis.

 

Fonte: erealizacoes.com.br




*Natanael Lima Jr. é pesquisador, poeta e editor






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