PAULO CALDAS: TRIBUTO AO DOMINGO COM POESIA
Postado por DCP em 06/06/2021
Por Paulo Caldas*
Paulo Caldas I Foto: Reprodução
A poesia já
foi chique. Residiu em récitas nos salões atapetados, sob lustres e cristais de
ambientes requintados. Já foi tosca, se ouviu em tabernas rudes, obscuras,
restritas às lamparinas.
Com os
menestréis em montarias aladas, cavalgou sertões, venceu desertos. Nas galés
singrou mares nunca antes navegados. Em passadas sobre asfaltos, veio às
esquinas, calçadas, vagou por bares e becos, murmurada pelos amantes,
amplificada nos gritos rebeldes.
Nos dias de
agora, mesmo ante a estupidez que aflora dos palácios planaltinos, nos braços
dos arautos de sempre, ganha os espaços digitais na amplitude dos universos.
Por aqui,
dentre outros nichos de virtuoses, se abriga no peito dos bardos e ninfas
afeitos aos versos e letras, conspira sem segredos e celebram uma década de
apego aos sentimentos, às emoções e à estética neste Domingo com Poesia.
*(Dois poemas para completar a
homenagem, dois momentos de minha poesia em forma de mulher, afinal juntas são
sublimes criaturas divinas.).
Inúteis
Versos na flor da pele
presos à epiderme
são flores-de-maio
perfumando a solidão
Luz na neblina
No ventre da neblina
onde a luz de fora não se vê
ocultas um amor desesperado
cingido pelo arco do sofrer
*Paulo Caldas é
poeta, contista, crítico e colunista da Revista Algomais
Agradeço ao escritor Paulo Caldas pelo "Tributo ao DCP". Gratidão!
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