SOUSÂNDRADE
(Guimarães/MA,
09/07/1833 - São Luís/MA, 21/04/1902)
Poeta
e escritor. Formou-se na Universidade de Sorbonne (Paris), onde fez também o
curso de Engenharia de Minas. Publicou seu primeiro livro de poesias “Harpas Selvagens” em 1857. Viajou por
vários países até fixar residência nos Estados Unidos (1871), onde publicou a
obra poética “O Guesa” em que utiliza
recursos expressivos, neologismos e de metáforas vertiginosas que só foram
valorizadas após sua morte. Em 1890 foi Presidente da Intendência Municipal de
São Luís. Realizou a reforma do ensino, fundou escolas mistas e idealizou a
bandeira do Estado, garantindo que suas cores representassem todas as raças e
etnias que constituíram sua história. Morreu em São Luís, abandonado, na
miséria e considerado louco. No início da década de 1960 sua obra foi resgatada,
pelos poetas Augusto e Haroldo de Campos, revelou-se uma das mais originais e
instigantes de todo o nosso romantismo, precursora das vanguardas históricas.
Principais
Obras: O Guesa (1871); Harpas selvagens
(1857).
Harpa
XXXII
Dos rubros flancos do redondo oceano
Com suas asas de luz prendendo a terra
O sol eu vi nascer, jovem formoso
Desordenando pelos ombros de ouro
A perfumada luminosa coma,
Nas faces de um calor que amor acende
Sorriso de coral deixava errante.
Em torno de mim não tragas os teus raios,
Suspende, sol de fogo! tu, que outrora
Em cândidas canções eu te saudava
Nesta hora d'esperança, ergue-te e passa
Sem ouvir minha lira. Quando infante
Nos pés do laranjal adormecido,
Orvalhado das flores que choviam
Cheirosas dentre o ramo e a bela fruta,
Na terra de meus pais eu despertava,
Minhas irmãs sorrindo, e o canto e aromas,
E o sussurrar da rúbida mangueira
Eram teus raios que primeiro vinham
Roçar-me as cordas do alaúde brando
Nos meus joelhos tímidos vagindo.
Dos rubros flancos do redondo oceano
Com suas asas de luz prendendo a terra
O sol eu vi nascer, jovem formoso
Desordenando pelos ombros de ouro
A perfumada luminosa coma,
Nas faces de um calor que amor acende
Sorriso de coral deixava errante.
Em torno de mim não tragas os teus raios,
Suspende, sol de fogo! tu, que outrora
Em cândidas canções eu te saudava
Nesta hora d'esperança, ergue-te e passa
Sem ouvir minha lira. Quando infante
Nos pés do laranjal adormecido,
Orvalhado das flores que choviam
Cheirosas dentre o ramo e a bela fruta,
Na terra de meus pais eu despertava,
Minhas irmãs sorrindo, e o canto e aromas,
E o sussurrar da rúbida mangueira
Eram teus raios que primeiro vinham
Roçar-me as cordas do alaúde brando
Nos meus joelhos tímidos vagindo.
SOUSÂNDRADE
Reviewed by Natanael Lima Jr
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