ARTHUR DE AZEVEDO
(São
Luís/MA, 07/07/1855 – Rio de Janeiro/RJ, 22/10/1908)
Poeta,
dramaturgo, contista e jornalista, foi ao lado do irmão Aluísio de Azevedo, um
dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, onde criou a Cadeira nº 29,
que tem como patrono Martins Pena. Foi um dos representantes do Parnasianismo,
tendo convivido com poetas como Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de
Oliveira. Era um poeta lírico, sentimental, seus sonetos estão ligados à
tradição amorosa dos sonetos brasileiros. Escrevendo para o teatro, alcançou
enorme sucesso com as peças “Véspera de
Reis” e “A Capital Federal”.
Fundou a revista “Vida Moderna”, onde
suas crônicas eram muito populares. Sua atividade jornalística foi intensa,
devendo-se a ele a publicação de uma série de revistas especializadas, além da
fundação de alguns jornais cariocas.
Principais
obras: Carapuças (1871); Sonetos (1876);
Contos em versos (1898); Rimas (1909).
Eterna dor
Só eu, meu doce amor, só eu me lembro,
Daquela escura noite de setembro
Em que da cova te deixei no fundo.
Desde esse dia um látego iracundo
Açoitando-me está, membro por membro.
Por isso que de ti não me deslembro,
Nem com outra te meço ou te confundo.
Quando, entre os brancos mausoléus, perdido,
Vou chorar minha acerba desventura,
Eu tenho a sensação de haver morrido!
E até, meu doce amor, se me afigura,
Ao beijar o teu túmulo esquecido,
Que beijo a minha própria sepultura!
ARTHUR DE AZEVEDO
Reviewed by Natanael Lima Jr
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18:02
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