MULHERES MODERNISTAS DA SEMANA DE 22
Postado por DCP em 03/10/2021
Apesar de um número bastante limitado, a
contribuição das mulheres na Semana de Arte Moderna de 1922 e nos anos
seguintes ao movimento foi fundamental para a consolidação da identidade
cultural do país. O evento apresentou uma nova perspectiva da produção
artística nacional, influenciada por tendências das vanguardas europeias.
Parte de toda essa ideia revolucionária contou com
a participação de importantes mulheres como: Anita Malfatti, Pagu, Tarcila do
Amaral, Elsie Houston, Eugênia Moreira, Antonieta Santos Feio, Maria Pardos,
Nicolina Vaz de Assis, Julieta de França, Abigail de Andrade, Georgina de
Albuquerque, entre outras.
O movimento teve como um dos nomes destacados, além
das mulheres acima mencionadas, o escritor Mário de Andrade que, ao lado de
Oswald de Andrade e do artista plástico Di Cavalcanti, o grupo que articulou a realização
do evento.
Mas, só após a Semana de Arte, que as mulheres
foram verdadeiramente reconhecidas e reverenciadas no contexto
histórico-cultural brasileiro.
Aqui abaixo, um pequeno recorte de três das suas
mais destacadas mulheres modernistas: Tarcila, Anita e Pagu.
Anita
Malfatti nasceu em São Paulo, no dia 2 de dezembro de
1889. Foi uma pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora
ítalo-brasileira. Anita era portadora de deficiência motora. Considerada
pioneira da Arte Moderna no Brasil. Entre os anos de 1923 e 1928, Malfatti
residiu em Paris. Realizou exposições individuais em Berlim, Paris e Nova York.
Em 1928 retorna para São Paulo e passou a lecionar desenho na Universidade
Mackenzie, onde permaneceu até 1933. Em 1942 foi nomeada presidente do
Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Há quadros de sua autoria nos
principais museus brasileiros. O quadro "A Estudante Russa" está no
Museu de Arte Moderna de São Paulo, "A Boba" está no Museu de Arte
Contemporânea da Universidade de São Paulo e "Uma Rua" no Museu
Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro. Malfatti faleceu em São Paulo, no
dia 06 de novembro de 1964.
Tarsila
do Amaral nasceu na Fazenda São
Bernardo, município de Capivari, interior de São Paulo, no dia 1 de setembro de
1886. Era filha de José Estanislau do Amaral Filho e Lydia Dias de Aguiar do
Amaral tradicional e rica família de São Paulo. Foi uma pintora e desenhista
brasileira. O quadro "Abaporu" pintado em 1928 é sua obra mais
conhecida. Junto com os escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, lançou o movimento
"Antropofágico", o mais radical de todos os movimentos do período
Modernista. Tarsila é considerada uma das principais artistas modernistas da
América Latina, descrita como “a pintora brasileira que melhor atingiu as
aspirações brasileiras de expressão nacionalista em um estilo moderno.” Faleceu
em São Paulo, no dia 17 de janeiro de 1973.
Patrícia
Rehder Galvão, conhecida
como Pagu. Nasceu em São João da Boa Vista, SP., em 9 de julho de 1910. Foi
desenhista, jornalista, poetisa, tradutora, cartunista e militante comunista da
política brasileira. Foi uma figura destacada no movimento modernista iniciado
em 1922, embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna, tendo na época
apenas 12 anos de idade. Aos 18 anos inicia sua trajetória no movimento
modernista brasileiro. Segundo relatos, Pagu era a mais irreverente das
mulheres modernistas, usava vestimentas ousadas que causavam perplexidade por onde
passava. Na época, ficou amiga de Tarcila do Amaral, mas logo rompeu a amizade
após ela ter um caso amoroso com o escritor Oswald de Andrade, marido da
pintora. Ficou notadamente conhecida ao escrever o romance “Parque industrial”,
que denunciava as condições socioeconômicas em que viviam os trabalhadores e
desmistificava a real situação doméstica das mulheres. Pagu faleceu no dia 12
de dezembro de 1962, aos 52 anos de idade, em Santos/SP.
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