AS DIGITAIS ABSOLUTAS DE TONY ANTUNES
Postado por DCP em 04/04/2021
Tony
Antunes I Foto: Reprodução
Tony
Antunes
é o pseudônimo do Prof. Gleidistone da
Silva Antunes. Professor Graduado em Letras, Pós-graduado em Língua
Portuguesa. Professor de Teoria da Literatura, Literaturas Brasileira e
Portuguesa, Análise do Discurso, Linguística, Leitura e Produção de Texto da
FAMASUL – Faculdade de Formação de professores da Mata Sul, em Palmares – PE.
Poeta e prosador (Cronista) com vários trabalhos escritos em Antologias
Poéticas, autor do livro - Digitais Absolutas: poemas escolhidos,
Editora Criaarte, 2020. Ganhador de vários Concursos de Literatura na área da
Poesia, pela Fundação de Cultura Hermilo Borba Filho – Palmares/PE e
classificado entre os Novos Poetas da Contemporaneidade em Portugal. Segue a
linha da poesia Ultrapós-Moderna, intitulada Poesia Absoluta, um estilo poético
cujo precursor é o poeta Vital Corrêa de Araújo que, por intermédio do
professor Admmauro Gommes, encabeça, no Campus Universitário da FAMASUL, o
Movimento Literário da Poesia Absoluta, onde desse Movimento surgiram vários
livros de poemas e teóricos, dessa verve da nova construção poético-contemporânea.
CINCO POEMAS
DE TONY ANTUNES
RESTINGAS DE
MORBIDEZ
Nas
páginas estreitas dos dias
as
horas mancam em agonia
sob
o lapso escroto de cada um.
Restingas
morbidam a saudade
supuram
em cicatrizes de queloides
e
o verso, ao avesso desnuda-se
das
vergonhas aleatórias.
As
rimas quebram-se vazias
cheias
de crambulários vermelhos
a
alfinetarem o ego
a
magoarem o âmago.
O
grito surdo mocoa-se
o
estômago ressonântico
borborigma
câimbras paraplégicas.
A
cada estação, um gole que
[degola
uma
conversa que desatina
um
abraço de indecisos.
No
último suspiro da cena
tudo
se esvai e se esvoa
se
esvazia caudaléptico
a
sete palmos de uma cova
[quente
numa
noite escura e fria.
NÃO HÁ
MÁSCARAS EM HOSPITAIS
Nos
corredores dos hospitais
ouvimos
as paredes geladas em
éter
de penumbra e pranto
Seringas
perfurando vidas
com
dores rangidas e esvai-idas
Bisturis
dilacerando lágrimas
com
esparadrapos de esperanças
Litros
de soros a escorrerem
felizes
nas mangueiras de
verdes
veias adentro
Não
há máscaras em hospitais
valores
intrínsecos se descobrem
nus
desprovidos de maquiagens
No
glamour das enfermidades
desnudam-se
megalomaníacos
pretos
e brancos, ambos
na
tênue divisória
da
vida e da morte
se
igualam no peso e
na
medida.
CLEPSIDRA DE
SILÊNIO
No
crepúsculo boreal
rispsados
de relances
descobrem-se
as crônicas
das
arestas circulares.
Às
linhaças de alecrins
nossos
gritos sussurrados.
Em
pânico, risco réstulas
de
sombras mortas vívidas
de amores
e
corro em transe neuronal
pelas
vielas suburbanas.
Ao
final, o choro seco de
lágrimas
em pó, crepuscula
ao
sabor das novenas
intermináveis
de pranto e riso
em
clepsidra de silênio.
ORTOGONALIDADE
VITALINA
(Para Vital
Corrêa de Araújo)
Nos
traços laçados das linhas cerebrais
rotas
trágicas de sílabas tremulantes
[convertem-se.
As
estruturas das pedras pelejam em
[laudarinas anáguas
dos
mênstruos líricos pensamentos
[oxidantes
em
lipsos de circuitos magnéticos e
[inebriados.
O
Cosmo labiríntico das náuseas em
[convenções
acorda
entre si, inteiramente nu,
[como Deus
inebriando-se
ao sabor do vinho.
Na
ortogonalidade vitalina há um viço
com
trombetas a ressoarem num zumbido
[grave grávido
límpido
e caoticamente octogonado.
E
nestas linhas de pensamentos andróginos
escaldam-se
e se aprimoram as almas
[pendidas.
PROSTERNAMENTE
INÁLITO
(Ao cadáver do
meu pai)
No
caos simbiótico da homilia
rastros
restaram de constelações.
Estrelas
perdidas apagaram-se ferétricas
rígidas,
cadavéricas e quase gélidas.
Sem
vida e enferrugentado... já não ri.
Um
espectro irrisonho, sem riso, sem nada.
Inerte,
não há lamentos
imóvel,
não há lagrimas
pois
a vida toda foi um lapso de suspiro
em
agonia toda a vida.
Lembranças
sonarmente nuas e afônicas
purulam-se
sépticas em bisturis de mágoas
esganiçadas
de silenciosos gritos agudos.
Quando
cessará o ardor do desamor
insistente
na memória?
Quando
definhará do âmago agonizado
as
restingas de saudade?
Prosternamente
inálito sigo cego, surdo
[e grito!
Ter alguns dos meus poemas publicados aqui no DCP é muita honra para um neófito no universo literário do Domingo Com Poesia, haja vista ser um dos Blogs mais importantes do Brasil, haja vista, a sua importância para a divulgação dos nossos trabalhos, na perspectiva dese cast de tão grandes poetas e prosadores!
ResponderExcluirEstou extremamente agradecido e honrado por esta postagem do Natanael Lima, neste tão nobre propósito de mostrar ao mundo a nossa Poética Pernambucana!
Agradeço tb a sua participação. Vc deixou marcadas aqui as suas digitais poéticas. Parabéns.
ExcluirVocê merece,meu amigo!São as suas obras primas eternizadas em poesias!!!
ResponderExcluirMuito obrigado, meu queridíssimo amigo Professor Robson Tomé!
ExcluirParabéns! Vc merece!
ResponderExcluirMuito bem, Tony. Sua poesia tem que se espalhar por esse nosso mundão. Sua inspiração é vívida e constante. Parabéns! Sua amiga, Iolita.
ResponderExcluirIolita, minha amada amiga, tudo isso tem um pouco dos teus ensinamentos, minha sempre Professora!
Excluirestou apaixonada pelas suas poesias
ResponderExcluirEu agradeço tanta paixão poética! Deus abençoe!
Excluirestou apaixonada pelas suas poesias
ResponderExcluirGosto das poesias de Tony Antunes, gostos das palavras e expressões utilizadas por ele em seus versos. Parabéns, professor.
ResponderExcluirObrigadíssimo pelo carinho!
ExcluirDeus abençoe!
Parabéns professor! Suas poesias nos contagia!
ResponderExcluirQuanto capricho! Parabéns professor! Encantada.
ResponderExcluirCada um melhor que o outro, estás cada dia mais diamantado na tua poética absolutamente poesia. Sou fã!
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