ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOSÉ NIVALDO JÚNIOR
Por
Natanael Lima Jr
"Surubim foi essencial na minha formação cultural
e humanística. Vivi na infância um tempo que não volta mais. Convivi com
vaqueiros, trabalhadores rurais, feirantes, pequenos comerciantes, poetas,
seresteiros, vagabundos".
O escritor José Nivaldo Júnior é membro da
APL
Foto:
Divulgação
O DCP tem a
satisfação de trazer para seus inúmeros seguidores a entrevista exclusiva com José
Nivaldo Júnior. Publicitário pernambucano, escritor e imortal da Academia
Pernambucana de Letras (APL).
José
Nivaldo Júnior é publicitário, especialista em
marketing político, escritor, historiador, professor universitário e membro da
Academia Pernambucana de Letras (APL). É autor de vários livros, entre eles,
"Maquiavel o Poder - História e Marketing" (Editora Martin Claret,
SP, 1991) e “Tudo pelos ares – Amor e cólera em tempos de lava jato” (Bagaço,
PE, 2018).
DCP
–
O que a tua cidade natal (Surubim/PE) contribuiu na tua formação cultural e
profissional?
JNJ
- Muito.
Surubim foi essencial na minha formação cultural e humanística. Vivi na
infância um tempo que não volta mais. Convivi com vaqueiros, trabalhadores
rurais, feirantes, pequenos comerciantes, poetas, seresteiros, vagabundos. Vivi
cada feira com intensidade. Aprendi, sendo de família abastada, que todos são
iguais, cada qual tem o seu valor.
DCP
–
Você é um apaixonado pelas áreas de comunicação e marketing, notadamente no
campo da política. O que todos esses conhecimentos contribuíram para o
surgimento do escritor José Nivaldo Júnior?
JNJ
- Escrever
é um ato de mão dupla: você despeja a larva que brota do seu interior, mas a
molda de acordo com suas experiências e suas circunstâncias. Cada experiência
da vida, como comunicador, professor, amigo, militante, enfim, cada momento da
vida é um tijolo que pode, em algum momento, ser utilizado na construção da
obra literária.
DCP
–
Você nasceu numa família de classe média conservadora. Quando veio para o
Recife, entrou para a clandestinidade e tornou-se diretor de imprensa da União
dos Estudantes de Pernambuco, confrontando-se com o regime político da época.
Quem ou que te inspirou nesta tua formação política?
JNJ
- A
vida. Já em Surubim, minha precoce atividade jornalística chocou-se com O
“stablisment” local. Muitas coisas aconteceram. Quando entrei na Universidade,
em 1969, estava pronto para a militância.
DCP
–
No ano de 1973, aconteceu um fato que marcou a tua vida. Você foi sequestrado e
mantido em cárcere no DOI-CODI, e depois passou 18 meses preso. O que você
guarda até hoje dessas experiências?
JNJ
- São
muitos traumas, muitas coisas negativas. Para você ter uma ideia: no meu
processo eram 18 indiciados, nem todos foram capturados, mas três deles
morreram sob torturas. Eu consegui superar e seguir em frente. Mas as marcas
são muito profundas.
DCP
–
Que balanço você faria da conjuntura política brasileira? O Brasil tem jeito?
JNJ
-
Sou um otimista, nato é hereditário, como falava Nelson Rodrigues. Tem jeito, sim.
Mas a trajetória será longa e sofrida.
DCP – A obra
“Maquiavel o Poder – História e Marketing”, lançada em 1991, é a mais
importante do escritor José Nivaldo Júnior?
JNJ
-
É a mais reconhecida, divulgada, aplaudida. Perdi a conta das traduções, são dezenas.
Do inglês ao mandarim. Vivi momentos apoteóticos em alguns lugares,
especialmente no Leste Europeu, onde o livro me elevou à condição de ÍDOLO.
Escrevi maiúsculo porque estou gritando, rs. Minha popularidade em algumas
regiões do mundo, em certos momentos, nunca foram alcançadas por qualquer outro
escritor brasileiro. Tenho provas disso.
DCP
–
Ao trazer em seu livro o escritor italiano Nicolau Maquiavel, autor da célebre
obra “O príncipe” (1513), você deseja renovar o debate sobre novas e mais
elaboradas teorias políticas na sociedade?
JNJ
-
Na verdade, eu só queria colocar O PRÍNCIPE ao alcance de todos.
DCP
–
Como foi a repercussão do seu livro “Tudo Pelos Ares - Amor e Cólera em Tempos
de Lava Jato”, lançado em 2018?
JNJ
-
Foi uma frustração em termos de venda do livro físico. É um sucesso digital.
Isso que vou dizer tenho como provar: em uma só semana, na sequência de alguns
eventos da Lava Jato, o livro teve mais de quatro mil compartilhamentos no
Facebook.
DCP
–
O seu mais recente projeto é o Jornal “O Poder – Política e Mercado”. Fale-nos
um pouco sobre este projeto?
JNJ
-
É um projeto ousado, para colocar informação jornalística de qualidade
literalmente na mão dos assinantes. Está indo muito bem. Está sendo uma coisa
maravilhosa. Descobrir caminhos para o jornalismo na era digital é algo
fascinante. Falando nisso, vamos assinar? É grátis e vamos manter assim. É só
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ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOSÉ NIVALDO JÚNIOR
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