ENTREVISTA COM O POETA CABENSE JOSÉ GERALDO

28 de julho de 2019. Por Natanael Lima Jr.*

José Geraldo nasceu em Arcoverde, sertão do estado de Pernambuco. Reside no Cabo de Santo Agostinho desde 1971. Formado em Administração de Empresas, atuou em várias áreas do comércio e da indústria, sendo um dos primeiros a praticar o comércio híbrido no Recife. O contato com a literatura aconteceu a 15 anos atrás. Participa ativamente de várias atividades promovidas pela Academia Cabense de Letras (ACL) e pela Biblioteca Pública Municipal Joaquim Nabuco. Rastros & Atalhos (Imagética Edições) é o seu primeiro livro de poesia.

José Geraldo/Foto: Clicpositivo/Fotografia

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“Nossa grande escritora CORA CORALINA, cita que na vida pouco importa o ponto de partida, diria que também, igualmente, importa o ponto de chegada, na verdade, o que conta é a caminhada com suas emoções, frustrações, desejos e realizações em seu trajeto”.

DCP – Conte-nos como foi a sua experiência de publicar este primeiro livro?

JG - Foi uma realização pessoal, há vinte anos que pratico a literatura de forma despretensiosa. Agora, com o passar dos anos, pretendi que viesse a público um trabalho para atender um desejo que não o fiz anteriormente por falta de compatibilidade com os compromissos profissionais. Tenho consciência que sendo um estreante, tenho um longo caminho a percorrer. Nossa grande escritora CORA CORALINA, cita que “na vida pouco importa o ponto de partida”, diria que também, igualmente, importa o ponto da chegada, na verdade, o que conta é a caminhada com suas emoções, frustrações, desejos e realizações em seu trajeto. Considero que, sendo este o primeiro de uma série de outros que virão, pretendo que haja um bom desenvolvimento literário, e, inserido no contexto da literatura contemporânea.

DCP - Escolher um título para um livro não é tarefa fácil. Um bom título precisa atrair leitores, cativá-los, impressioná-los. Por que RASTROS & ATALHOS?

JG - Os poemas abordam temas que espelham a alma humana, fala da dor, rotina diária das pessoas e frustrações. Tem a força do grito das almas ignoradas que caminham deixando pegadas nas trilhas insólitas. A caminhada revela exaustão física e emocional, enquanto as minorias do poder voltam às costas e, arrogantemente, massacram as massas. O meu poema assevera: Queira Deus, mais força tenha. Que o senso não contenha sordidez, maldade e o medo dos covardes. Entre erros e acertos humanos, o livro remete ao trajeto das pegadas, com seus RASTROS & ATALHOS.

DCP - Você Faz uma poesia dura, crítica, destemida. A madureza e a sua experiência de vida contribuíram na sua produção poética?

JG - Verdadeiramente sim, todo esse tempo mantive contato diário com as malhas sociais, sou testemunho de forma direta das angústias de um povo que ainda não adquiriu seu ideal cultural e social, em função de um sistema que impõe aos menos favorecidos, ferramentas e modelos deficientes de educação.

DCP - Quais são as suas referências literárias?

JG - Sempre procuro universalizar a literatura, em nível nacional citaria CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, CORA CORALINA, MANUEL BANDEIRA, etc. Em nível regional temos: CARLOS PENA FILHO, GERALDO DE HOLANDA CAVALCANTE e ainda JOÃO CABRAL DE MELO NETO, entre outros.

DCP - Em sua opinião, a internet ajuda o escritor?

JG - Não podemos de forma nenhuma desconhecer os benefícios que a tecnologia proporciona, creio que o acesso a milhares de informações de conteúdos científicos, cursos on-line, ferramentas de pesquisas, exposição autoral, articulação nas redes sociais, etc., valida positivamente sua utilização. Embora existam os leitores tradicionais e fiéis ao livro físico, o virtual vai impondo-se e paulatinamente ganhando mais adeptos, principalmente entre os jovens.

DCP – Quando será o lançamento do seu livro?

JG – Será no próximo dia 04 de agosto, a partir das 16h, no salão de recepções do Cond. Alphaville 2, 182, BR 232, Vargem Fria, Jaboatão dos Guararapes. Aproveito este espaço para convidar os amigos-poetas e parentes para participarem comigo desse momento único da minha vida.