JOSÉ GERALDO: ENTRE RASTROS E ATALHOS
Jul 20. 2019. Por Natanael Lima Jr.*
José Geraldo. Foto:
Arquivo DCP
A
Imagética Edições tem o prazer de apresentar aos leitores pernambucanos o poeta
José Geraldo, com a publicação do seu primeiro livro “Rastros & Atalhos”,
poemas.
José
Geraldo nasceu em 07 de fevereiro de 1951, em Arcoverde, sertão do estado de
Pernambuco. Reside na cidade do Cabo de Santo Agostinho, desde 1971. Formado em
Administração de Empresas, atuou em várias áreas do comércio e indústria, sendo
um dos primeiros a praticar o comércio híbrido em Recife. O contato com a
literatura aconteceu a 15 anos atrás. Participa ativamente de várias atividades
promovidas pela Academia Cabense de Letras e pela Biblioteca Pública Municipal
Joaquim Nabuco.
Sua
poesia é verdadeira e humana, talhada pela madureza dos anos. Ela não pretende
deixar rastros, tampouco apontar atalhos: “Partir
do desconhecido,/ ousar a subjetividade, / transmutar-se em
ideias, / validar o verbo, / oxidar-se em maresia”.
A
poesia para Drummond “é a arte que coordena as ideias e as palavras de modo a
expressar o pensar e o sentir de forma bela. Fala ao coração. É o belo em forma
de linguagem. Mas a divisão da sociedade em classes, a violência gerada pela
exploração da minoria opressora, violam também a arte em todas as suas formas.
Em vez de terna, a poesia se torna dura, embora não deixe de ser bela”.
Assim,
é a poesia de José Geraldo, sincera, dura, vibrante, crítica, capaz de
contagiar o leitor em sua concisão viril, cortante e destemida: “No cerne do ofício, / celeridade na lança,
/ tingira de ocre essência. / Urge a vida! / Imperceptível, toda fúria /
corrói-se em ferrugem. / Armas depostas: / furtiva sombra contornada, / cederá
ao azul cintilante”.
Capa: Divulgação. “Rastros & Atalhos”,
poemas. Imagética Edições, 2019
TRÊS POEMAS DE
JOSÉ GERALDO
APENADO
Lograr matriz ocre
e o torpor contínuo.
Diagramar trilhas,
suscitar encontros
sombrios.
Permear incessantes
mistos de crueldades.
Vagar atônito ao feito
macabro, revelar arte,
codificar a vil figura,
fixada sob a pele.
CLAREAR
Do brilho
as abissais cavernas,
ecos disformes
falseiam pegadas,
destroem digitais
pregressas.
Difusos raios
desfiguram imagens,
destinando-se ao roto
caminho enviesado.
ETERNIDADE
Improváveis e
misteriosas teias,
manejam o universo.
Somos eternos,
na jornada cósmica
das matérias.
*Natanael
Lima Jr. é poeta, editor do DCP e da Imagética Edições.
JOSÉ GERALDO: ENTRE RASTROS E ATALHOS
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