VIII SARAU VIRTUAL
ORGANIZAÇÃO E EDIÇÃO
Natanael
Lima Jr.
Com a edição
do “VIII SARAU VIRTUAL” o site Domingo com Poesia inicia suas atividades de 2019. Este ano completaremos 8
carnavais de resistência e luta, buscando divulgar e produzir um bom conteúdo
que ajude a formação de opinião e o
prazer pela leitura. Como dissemos anteriormente, as perspectivas são das melhores para o início desse novo ano:
parcerias com outras plataformas, novos colaboradores, novos conteúdos e muito
mais sobre o mercado editorial e a indústria do livro, eventos literários,
dicas de leitura, livros digitais e muito mais.
Reunimos
nesta edição do “Sarau Virtual” mais um grupo de poetas que se destacam no
cenário literário do estado e nacional, são eles: Diego Mendes Sousa, Francisco
Mesquita, Patrick Barbosa, Sidney Ramos e Teresa Helena.
Uma
boa leitura.
(Homenagem aos poetas Casimiro de Abreu, Lourival
Batista, João Cabral de Melo Neto, Oswald de Andrade, Euclides da Cunha, Marcus
Accioly, Pedro Lyra, Raul de Leoni, Déborah Brennand, Mário Melo, Adelmar
Tavares, Lêdo Ivo e Paulo Mendes Campos)
DIEGO MENDES SOUSA*
“A poesia é um misterioso passar pela
plenitude das vivências humanas e das planificações sobrenaturais. Vejo-me
caminhando no escuro, porque a criação poética é inesperada. Ora dar-se
generosa, ora teima em ser ingrata. A epifania da poesia instiga a espera. Todo
poeta se abisma em um círculo. Seus temas escapam. Sua visão de mundo cresce.
Suas experiências se contradizem ou se desdizem. No entanto, a essência
mantém-se ali, no centro dos seus motivos e dos seus sentimentos.
A poesia é um ato de coragem e de justiça
consigo mesmo. É a porta de saída para as misérias e as tristezas do ser. Ela
também festeja as alegrias, mas essas, vêm disfarçadas de amplidão no tempo. É
a abertura da claridade, quando afastada a pertinência da solidão.”
ENSINAMENTOS SOBRE A DOR
Outros
incêndios estão postos no Amor
A paixão,
por exemplo,
a febre
enlouquecida de saudade,
é o breve
futuro inaugurado
dos olhos
ainda acesos –
Altair,
há
fumaças há incensos
nos teus
perfumes de fêmea,
no fogo e
na dor
E outros incêndios
estão nítidos na paixão
O
relâmpago, por exemplo,
nunca
deixa de ser o clarão,
a imagem,
a fotografia, o espanto -
e o
coração,
esse
constante renovar de lampejos –
Altair,
há luzes
há raios
nos teus
reflexos de fêmea,
na pele
e na
flor, o fruto misterioso
da
perplexidade, a dor
Outros
incêndios estão furiosos no relâmpago
O mar,
por exemplo,
é uma
força de enigmas,
abarcadura
na areia, leveza de ondas,
ademais,
não deixa
o cais das esperas
de ser o
eterno mar:
águas,
rios, chuvas -
o verde
marinho, o azul infindo,
muralhas
transbordadas de cor,
o oceano
da visão perdida –
Altair,
há
alegrias há pássaros
no teu
colo ligeiro de fêmea
enquanto,
na minha alma,
residem
as tormentas,
a
explosão, a tristeza,
talvez,
sobretudo, repentinamente,
a fuga –
a morte
atravessada de vida!
a nobreza
da dor
E outros
incêndios estão glorificados na dor,
elegia
que adia os ensinamentos
de
Salomão, de Cristo e de Rilke
roupagem
de sonhos, vejo Deus!
e Altair
– aquela estrela na noite,
a friagem
da lua, a madrugada de neblinas,
as folhas
agredidas nos corredores da casa,
a
gravidade das xananas,
o barulho
do vento nos poemas,
a solidão
dos cães vadios, os morcegos de sangue,
as
corujas de altos voos, os grilos
(o meu
grito)
as
mortalhas sobre os dias,
tudo isso
eu sou
e caminho
agora absoluto,
nos meus
próprios incêndios,
sim –
Afago
miserável da dor!
*Diego Mendes Sousa (Parnaíba/PI, 15 de julho de 1989) é escritor, jornalista,
advogado, indigenista, ambientalista e ativista cultural. Membro do PEN Clube
do Brasil e detentor do Prêmio Castro Alves da União Brasileira de Escritores
do Rio de Janeiro (UBE-RJ), 2013, pelo conjunto da obra. Publicou 50 Poemas
Escolhidos pelo Autor (Edições Galo Branco, 2010), dentre outros títulos. Seus
poemas foram traduzidos para o inglês, o espanhol, o francês e o grego. Sua
mais recente obra literária chama-se Gravidade das Xananas (2019), distribuído
pela Editora Penalux.
FRANCISCO MESQUITA*
"Poesia
é re(a)presentação! Escrever poemas é concretizar possibilidades de leituras do
mundo, é permitir que o outro - lendo - acesse um universo de informações e de
sensações antes desconhecidas ou inacessíveis! Um poema é uma janela para
outros mundos, é a realização da vida, da história! Escrever é reinventar-se
sempiternamente! Eu escrevo porque preciso inscrever-me no mundo! Representá-lo
e transcendê-lo."
TEUS BRAÇOS
Eu gosto quando tu
me tomas em teus braços.
Vibro quando me apertas.
Eu me sinto só tua. E sei
que és só meu.
Adoro quando – entre gemidos –
dizes palavras sem-vergonhas.
Não me envergonho. Não
me envergonhas.
Gosto de sentir tuas mãos
em meu corpo.
Tremo quando te deténs.
Em cada parte. Cada parte.
Sou tua – exclamo. Sussurro.
Em gozo.
Quero-te sempre. Para sempre.
Enredo-me em tua pele,
em teus pelos.
Enlouqueço com tua fúria,
Com tua pressa... tua força.
Sinto-te dentro de mim.
Todo. Tenso. Rijo. Regozijo.
E tu, comigo.
Preenches-me de ti. Quente.
Forte. Líquido.
Repouso... em teus braços.
*Francisco Mesquita é Professor, poeta, revisor e crítico literário. Licenciado
em Língua Portuguesa, Bacharel em Crítica Literária e Mestre em Teoria da
Literatura (UFPE). Autor do livro “Poesia Prima” (poemas) e coautor dos livros
“Retratos de Cecília Meireles” e “Mosaico Cultural” (ensaios). Professor de
Português, Linguística e Literaturas de Língua Portuguesa na Faculdade de Olinda
– FOCCA e na UniSãoMiguel. Coordenador pedagógico na Escola Estadual Marechal
Eurico Gaspar Dutra. Membro e Diretor de Formação e Capacitação da União
Brasileira de Escritores – UBE. Organizador, palestrante e Mestre de Cerimônias
de eventos literários e acadêmicos.
PATRICK BARBOSA*
“A poesia
me abriu os olhos e comecei a enxergar pela janela da minha alma as lindas
paisagens e os ricos panoramas que Deus esboça diante de nós. Nas páginas da
vida escrevo os mistérios da poesia, os poemas que escrevo revelam o amor, a
beleza e a morte, assemelhando-se a um lírio branco que desabrocha aos raios da
aurora, trazendo assim, vida aos campos e calor a vida.”
OLHAR DA ALMA
Precisamos
abrir
Os olhos
e enxergar
as lindas
paisagem
e os
ricos panoramas
que Deus
esboça
diante de
nós.
Todos os
dias
Em cada
manhã
Em cada
pôr do sol
Deus
desenha para nós
Um
majestoso quadro
De beleza
inefável.
Não há
nenhum por
Do sol
igual ao outro
Nenhuma
gota do
Orvalho é
igual a outra
Deus é
rico em sua
Forma de
se manifestar.
A terra
está cheia
Da sua
bondade
E da sua
sabedoria
Precisamos
aprender
A ver o
encanto
das
flores, com suas
Pétalas
aveludadas
E seus
matizes
Policromáticos.
Precisamos
sentir
O aroma
dos campos
Com sua relva
farfalhante
Aspergido
pelo
Orvalho
do céu.
*Patrick Barbosa, natural de Recife – Pernambuco, casado com Helena Almeida. Escritor, poeta, missionário, teólogo. Presidente
da Associação Ressurreição alimentando vidas. Filho biológico de Laudiceia
Barbosa da Silva, e tendo como mãe adotiva desde os oito anos de idade a Sra.
Nancy Félix de Lima, com quem compartilhou uma infância feliz, e recebeu uma
educação que se entende como valores semeados e que no tempo floresceram e se
estenderam no percurso da sua caminhada como exemplo de vida cristã, literária
e social. Em suas recordações o poeta
expressa a sua gratidão a Deus por ter lhe concedido uma família, a qual lhe
enraizou no alicerce do amor, e reafirma agradecimentos por Cristo ter lhe
emprestado o pincel da sabedoria para colorir em alguns versos parte da sua
história no LIVRO POESIAS NAS SERRAS DE
GRAVATÁ, JORNADA DA VIDA, TRANÇA, ANTOLOGIA CARREIRO COM 70 ESCRITORES,
ANTOLOGIA POEMAR E AMAR.
SIDNEY RAMOS*
“Outro
dia eu ouvi da poeta Adriana Perruci que Erickson Luna uma vez tinha dito a
ela, não me lembro bem, parece que era... “A poesia é o eu que há em mim."
Achei muito bonito essa definição. Para mim a poesia, que é filha da palavra,
tem poder. Ela está em todas as artes e é uma atitude para as coisas da vida. A
poesia salva! Estava conversando sobre isso com os poetas Eunápio Mário, Luiz
Carlos Dias e Mauricéa Santana. A poesia cura, comove, sensibiliza... Eu acho
que a poesia nos dias de hoje é um ato revolucionário.”
EMBAIXO DA PORTA
Soprava no canto do ouvido
o ar tranquilo e as belas paisagens
da minha infância.
O vento embaixo da porta,
eu via por uma fresta.
A palavra entrava junto
com a brisa do mar
naquela pequena fendinha.
Eu tinha todo tempo da vida,
meus sentimentos de peito
revolvido eram levados ao vento...
As mínimas coisas
eram-nos caríssimas
e as pequenas
nossas maiores alegrias.
Ali eu podia errar, respirar e sentir
um ar com perfume de encanto.
Naquele momento
era importante
abrir os olhos
e sair procurando
na minha meninice
algum olhar perdido
que encontrasse
a mão do destino.
Hoje no silêncio e nas lembranças
guardo meus gritos ininterruptos.
Escondo um pouco a dor,
sigilo e misturo as cores
enquanto escapo também
em busca do adiante.
Renasço do fogo.
Melhor ainda, nas cinzas.
Venço as tramas urdidas.
Sequer vingou as feridas.
*Sidney Ramos iniciou
seus trabalhos artísticos compondo poesias, letras, pinturas, gravuras, etc.
Recentemente lançou o livro “REDEMOINHOS” que traz em suas páginas, além das
poesias, algumas pinturas e gravuras criadas pelo próprio escritor que também é
artista plástico. Cantada, falada ou escrita, a poesia emociona quando depara
seu olhar sobre as entradas escondidas da nossa essência. As palavras
transformam o sentido do prazer, do encanto, do sofrimento... É a chave da
porta que abre nossos sentimentos.
TERESA HELENA*
“Poesia é
estar em ação, é o sentir da alma. Simplicidade e Tempestade. Poesia é
liquidificador.”
TEATRALIZAR
A vida em
atos e entreatos.
O tempo é
um veloz...
No teatro
que eu cresci,
Aprendendo
a fugir da plateia para a coxia.
MUNDO
SUBMERSO
Quem for
Oliveira vai lembrar...
Livro que
narra o passo a passo
O nosso
ato em ação
Escrita,
papel, chão e amor.
Comove os
elos
Unindo
Escreve e
tece novas histórias
Poesia,
Teatro e Vida.
Oliveira
da Lima
Azeitona.
Amor
MOINHOS DE VENTO
Moinhos
de Vento...
Eu
sentada
Nem
sonho, nem acalento!
Alma
minha inebriada.
E o dia
ao longe passa...
Envolta
ao devaneio
Vejo-te
buscando a minha seiva
E o seu
rosto amaciando o vento!
Eu
mergulho na ventania.
Chegando
perto do seu ser...
O seu
olhar é o primeiro que toca.
Em um
completo ir profundo!
Suas mãos
me acalentam em verdade.
E a busca
passa com o chamar do reencontro...
*Teresa Helena de Oliveira Moraes é Pós-Graduada em Literatura Brasileira (FAFIRE, 2010),
Licenciada em Letras, com Habilitação em Línguas Portuguesa e Inglesa (FOCCA,
2008), é Professora de Línguas Portuguesa e Inglesa no Governo do Estado de
Pernambuco. Atualmente no NEL Núcleo de Línguas EREM Dom Vital. Nascida em
Recife, em 24 de junho de 1981, olindense de coração, amante das Artes e da
Cultura. Tem poemas e textos teatrais inéditos.
VIII SARAU VIRTUAL
Reviewed by Natanael Lima Jr
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Parabéns aos poetas e à poetisa pelos belos poemas, neste domingo de luz. Em especial ao amigo Mesquita e a minha musamada Teresa Helena.
ResponderExcluirExcelente!
ExcluirObrigada pelas lindas palavras meu amado, companheiro das horas e poeta Neilton Lima.
ResponderExcluirRealmente, amigo Natanael Lima, é uma atmosfera maravilhosa essa experiência de estar aqui.
ResponderExcluirMuito obrigado!
Caro poeta Sidney, nós que agradecemos sua participação. Natanael
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirMuito obrigado, poeta! Fico muito envaidecido.
ExcluirOla´poeta Sidney, agradecemos sua participação. Natan
ExcluirExcelente Sarau, boas vibrações.
ExcluirDiego Mendes Sousa, poeta extraordinário!
ResponderExcluirMeu querido amigo Mesquita. Gosto da sua sinceridade e ela é revelada também na sua poesia. Sinestesias, sensualidade e verdade. Uma poesia que denota um mundo de possibilidades. Parabéns amigo! Continue sempre assim, sincero e poético.
ResponderExcluirParabéns!Gostei de todas.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAmei todas as poesias aqui expostas. Uma honra estar com poetas maravilhosos e inspiradores, sendo a única representante feminina do grupo. Pude observar que Deborah Brennand foi uma das homenageadas e por essa poetisa tenho um carinho especial. Devo dizer que ela também me influenciou, com 16 anos , quando estava no 1 ano do ensino médio tive que decorar um poema dela para participar de uma gincana literária. Declamei para toda escola de uma forma tão emocionante que até hoje me recordo. O nome do poema era "A paixão ". Que dia lindo hoje. Dia regado por poesias belíssimas. Carpe diem amigos poetas. Luz e poesia sempre! Obrigada Natanael. Poesia é liquidificador!
ResponderExcluirQue belo depoimento prezada Teresa. Realmente foi um dia de poesia. Abç Natanael
ExcluirParabéns aos poetas Teresa Helena,Sidney Ramos, Francisco Mesquita e Patrick Barbosa! A poesia deve sempre, mesmo, ser um forte profissão de fé!
ResponderExcluirCaros poetas e amigos, na coluna direita do site existe um espaço para vc se tornar um "seguidor". Peço se possivel acessem e tornem-se seguidores e recebam as nossas futuras atualizações. Se possível convidem amigos para nos seguir tb. Grato Natanael Lima Jr. (editor)
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