ENTREVISTA COM A ESCRITORA FÁTIMA QUINTAS*
“A literatura me encanta pela sua
capacidade de transfigurar a realidade e de exortar sentimentos que devem
aflorar através da palavra”.
Fátima
Quintas/Foto: Divulgação
A escritora e presidenta da Academia
Pernambucana de Letras Fátima Quintas concede entrevista exclusiva ao DCP e
fala sobre a produção literária no estado, literatura, sua gestão na APL e o seu
mais recente livro.
DCP- Que balanço você faria sobre a produção literária no estado?
FQ - Pernambuco é um estado que se distingue pelas suas
Revoluções Libertárias, pela efervescência de escritores e pela tradição de
excelentes poetas. Não há como olvidar a sua importância intelectual no quadro
nacional. O movimento literário se faz intenso, com novos nomes sempre a surgir
e uma solidez de ideias invejável. Há, sem dúvida, uma sede de criatividade que
cresce a cada instante.
DCP - O que lhe encanta na literatura?
FQ - A literatura me encanta pela sua capacidade de transfigurar
a realidade e de exortar sentimentos que devem aflorar através da palavra.
Palavra grito, reveladora de interioridades e exterioridades, a depender do
foco que se almeja abordar. O ato de ressignificar é subjetivo, daí a renovação
que a Letra permite no processo de transformação. Escrever é descerrar a
cortina de um palco fechado.
DCP - A literatura é um fazer solitário?
FQ - Sim, absolutamente solitário. E reclama silêncio, sigilos,
entrelinhas... A escrita ficcional deve sugerir, nunca explicitar de todo os
sentimentos em jogo. O não dito pode representar a força do texto.
DCP - Fátima Quintas: antropóloga ou escritora?
FQ - Sou aprendiz da vida. Uma observadora da minha alma e dos
suspiros alheios. Não tenho rótulos. Eles pesam e me confundem.
DCP - Na sua gestão a APL abriu literalmente as portas para atrair
o público para o centro das conversas sobre literatura. Que balanço você faria
da sua gestão?
FQ - A APL é de Pernambuco e dos pernambucanos. A instituição tem
um compromisso com a sociedade, o diálogo deve ser permanente, há um pacto que
selo na minha gestão, o de fortalecer o pensamento interno, de modo a
transbordá-lo num ir e vir contínuo.
DCP - Como foi colocar Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre face a
face?
FQ - Um trabalho de pesquisa profundo e um prazer enorme de
juntá-los simbolicamente.
DCP - O Domingo com Poesia tem promovido uma ampla discussão sobre
a produção literária do estado e nacional. Como você observa esta iniciativa?
FQ - Parabenizo a iniciativa. É sempre louvável o estímulo à
produção literária. Todo intercâmbio merece aplausos. Somente através de
parcerias avançamos nos nossos objetivos. E, tenho certeza, que o Domingo com
Poesia avançará sempre na direção de uma ciranda em ritmo crescente.
*Entrevista publicada em 06/04/2015
*Entrevista publicada em 06/04/2015
ENTREVISTA COM A ESCRITORA FÁTIMA QUINTAS*
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
08:59
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