POETA DO DOMINGO
A
Poesia de Antonio de Campos*
Antonio
de Campos/Foto: Divulgação
GINGUIN*
Você
todinha assim,
é
ginguin pra mim
Quando
você ginga
toda
ginguin,
não
sei o que
dá
em mim
Se
um dia você
não
quiser mais
ser
ginguin de mim,
antes
me diga,
quero
ir com você,
como
se fosse
seu
patoá, uma figa,
pois
não sei ficar aqui –
num
mundo
em
que só você
era
ginguin pra mim
*perfeita,
em yoruba
maio
09, 2014
RIDÍCULAS
CARTAS DE AMOR
Todas
as cartas de amor são ridículas
mas
só as achamos ridículas depois que as remetemos
Hoje,
ninguém mais escreve cartas, muito menos de amor
Manda-se
um e-mail, quando muito. E pronto
Todos
os e-mails de amor são ridículos
mas
só os achamos ridículos depois que os enviamos
Todas
as cartas de amor são ridículas
mas
as de Fernando Pessoa são as mais ridículas
escritas
em português –
até
no ridículo ele foi gênio!
dezembro
17, 2014
MEUS DIAS EM
TORVELINHO
Torvelinho
de meus dias
já
de mim ausentes
e
tão distantes
como
a luz das estrelas
e
os apitos dos loucos ferryboats
que
passam na noite
de
minha insônia
Réstia
dolente
das
setas da pedra da lua,
pesada
âncora sem raízes
nem
cabelos em sua calva
polida
pelo desgaste do tempo
desde
o Big-Bang
*Antonio
de Campos poeta
e tradutor. Nasceu no município de Pedra, PE, em 1946. Têm poemas traduzidos e
publicados na imprensa pernambucana e outros premiados, em 1982, pelo III Concurso de Poesia do Mackenzie, SP,
e I Prêmio Anual de Poesia Carlos Pena
Filho, PE. Traduziu e prefaciou as
Canções da Inocência e da Experiência (1987), do poeta inglês William Blake.
Em 1992, organizou a antologia Natal
pernambucano (Bagaço).
POETA DO DOMINGO
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
08:20
Rating:
Nenhum comentário