EMÍLIO DE MENEZES
(Curitiba/PR,
04/07/1866 – Rio de Janeiro/RJ, 06/06/1918)
Poeta
e jornalista. Imortal da Academia Brasileira de Letras, considerado o mestre
dos sonetos satíricos. Para o crítico Glauco Mattoso, o poeta paranaense é o
principal satírico brasileiro após Gregório de Mattos. Assinava suas obras utilizando
diversos pseudônimos como: Neófito, Gabriel de Anúncio, Cyrano e Cia, entre
outros. Na sua obra reunida, contabiliza-se aproximadamente 232 composições
poéticas.
Principais
obras: Marcha fúnebre (1892); Poemas da
morte (1901)
Germinal
Passou. A vida é assim: é o temporal que chega,
Ruge, esbraveja e passa, ecoando, serra a serra,
No furioso raivar da indômita refrega
Que as montanhas abala e os troncos desenterra.
Mas o pranto, afinal, que essa cólera encerra
Tomba: é a chuva que cai e que a planície rega;
E a cada gota, ali, cada gérmen se apega
Fecundando, a minar, toda a alagada terra.
Também o coração do convulsivo aperto
Da dor e das paixões, das angústias supremas,
Sente-se livre, após, a um grande choro aberto.
Alma! já que não é mister que ansiosa gemas,
Alma! fecunda enfim nas lágrimas que verto,
Possas tu germinar e florescer em Poemas!
Passou. A vida é assim: é o temporal que chega,
Ruge, esbraveja e passa, ecoando, serra a serra,
No furioso raivar da indômita refrega
Que as montanhas abala e os troncos desenterra.
Mas o pranto, afinal, que essa cólera encerra
Tomba: é a chuva que cai e que a planície rega;
E a cada gota, ali, cada gérmen se apega
Fecundando, a minar, toda a alagada terra.
Também o coração do convulsivo aperto
Da dor e das paixões, das angústias supremas,
Sente-se livre, após, a um grande choro aberto.
Alma! já que não é mister que ansiosa gemas,
Alma! fecunda enfim nas lágrimas que verto,
Possas tu germinar e florescer em Poemas!
EMÍLIO DE MENEZES
Reviewed by Natanael Lima Jr
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19:55
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