GUIMARÃES PASSOS
(Maceió/AL,
22/03/1867 – Paris, 09/09/1909)
Poeta,
advogado e professor. Participou da
instalação da Academia Brasileira de Letras, onde criou a Cadeira nº 26, que
tem como patrono Laurindo Rabelo. Aos 19 anos fixou residência no Rio de
Janeiro, onde começou a colaborar com os jornais: Gazeta da Tarde, Gazeta de
Notícias e A Semana, fazendo parte de um grupo seleto de intelectuais como:
Paula Ney, Olavo Bilac, Coelho Neto, José do Patrocínio, Luís Murat e Artur
Azevedo. Em suas colunas publicava crônicas e versos. Foi um poeta parnasiano
lírico com tendências pessimistas. Era considerado como um poeta de inspiração
ligeira e superficial, natural e espontânea, despretensiosa, no sentido popular
da palavra.
Principais
Obras: Versos de um simples (1891);
Hipnotismo (1900); Horas mortas (1901); Tratado de versificação (Em parceria
com Olavo Bilac) (1905).
Sempre
Se eu não te disse nunca que te amava,
Perdoa-me, mulher, sou innocente:
Eu vivia de amar-te unicamente,
Unicamente em teu amor pensava.
Se os meus labios calavam-se, falava
O meu olhar apaixonadamente,
Porque, se o labio occulta o que a alma sente,
Conta o olhar o que o labio não contava.
Meu rosto triste, meu scismar constante,
Meu gesto, meu sorrir, tudo exhalava,
Tudo exprimia um coração amante.
Em tudo o meu amor se denunciava,
Via-me em toda a parte e o todo o instante,
Se estavas longe, se comigo estava.
Se eu não te disse nunca que te amava,
Perdoa-me, mulher, sou innocente:
Eu vivia de amar-te unicamente,
Unicamente em teu amor pensava.
Se os meus labios calavam-se, falava
O meu olhar apaixonadamente,
Porque, se o labio occulta o que a alma sente,
Conta o olhar o que o labio não contava.
Meu rosto triste, meu scismar constante,
Meu gesto, meu sorrir, tudo exhalava,
Tudo exprimia um coração amante.
Em tudo o meu amor se denunciava,
Via-me em toda a parte e o todo o instante,
Se estavas longe, se comigo estava.
GUIMARÃES PASSOS
Reviewed by Natanael Lima Jr
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20:25
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