LOUISE GLÜCH, VENCEDORA DO PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA 2020
Por editoria do Site Domingo com Poesia (DCP)
A poetisa norte-americana foi anunciada nesta quinta –feira (8) como vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2020.
Louise Glück (2014)
Foto: Robin Marchant / GETTY IMAGES NORTH AMERICA /
AFP / Reprodução
Louise
Elisabeth
Glück nasceu na cidade de Nova York em 22 de abril de 1943, mas foi criada
em Long Island, é poetisa e ensaísta norte-americana. Ganhou muitos prêmios
literários importantes, incluindo o Prêmio Pulitzer, Medalha Nacional de
Humanidades, Prêmio Nacional do Livro, Prêmio do Círculo de Críticos do Livro
Nacional e o Prêmio Bollingen.
Glück é considerada pela crítica uma das autoras de
poesia em língua inglesa mais importantes da sua geração. É frequentemente
descrita como uma poetisa autobiográfica; seu trabalho é conhecido por sua
intensidade emocional e por frequentemente se basear em mitos, história ou
natureza para meditar sobre experiências pessoais e a vida moderna. Ela começou
a sofrer de anorexia nervosa enquanto estava no colégio e mais tarde superou a
doença.
Atualmente, Glück é professora adjunta e escritora
residente da Rosenkranz na Universidade de Yale. Ela mora em Cambridge,
Massachusetts.
POEMAS
DE LOUISE GLÜCK TRADUZIDOS PELA ESCRITORA CAMILA ASSAD*
A ÍRIS SELVAGEM
No final do meu sofrimento
havia uma saída.
Me ouça bem: aquilo que você chama de morte
eu me recordo.
Mais acima, ruídos, ramos de um pinheiro se movendo.
Então, nada. O sol fraco
cintilando sobre a superfície seca.
É terrível sobreviver
como consciência,
enterrada na terra escura.
Então tudo acabou: aquilo que você teme,
se tornando
uma alma e incapaz
de falar, encerrando abruptamente, a terra dura
se inclinando um pouco. E o que pensei serem
pássaros lançando-se em arbustos baixos.
Você que não se lembra
da passagem de outro mundo
eu te digo poderia repetir: aquilo que
retorna do esquecimento retorna
para encontrar uma voz:
do centro de minha vida veio
uma vasta fonte, azul profundo
sombras na água do mar azul.
CONFISSÃO
Dizer eu não sinto medo –
Não seria honesto.
Sinto medo da doença, da humilhação.
Como todo mundo, tenho os meus sonhos.
Mas aprendi a escondê-los,
Para me proteger
Da realização: toda felicidade
Atrai a fúria das Sinas.
Elas são irmãs, selvagens –
No final, não há
Emoção, mas inveja.
*Camila
Assad é escritora, pintora, desenhista e tradutora

Um abraço. Desejo uma imensa caminhada poética em volta da Terra. Para todos....
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