CASTRO ALVES
(Curralinho/BA,
14/03/1847 – Salvador/BA, 06/07/1871)
Último
grande poeta da terceira Geração Romântica do Brasil. Expressou em suas poesias
forte sentimento abolicionista, denunciando a crueldade da escravidão, e clamor
pela liberdade, dando ao Romantismo um sentido social e revolucionário que o
aproxima do Realismo. Além de ser conhecido como o poeta dos escravos, foi
também conhecido como o poeta do amor. É patrono da Cadeira nº 07 da Academia
Brasileira de Letras.
Principais
obras: Espumas flutuantes (1870); Os
escravos (1873); O navio negreiro (1875); A cachoeira de Paulo Afonso (1876).
Amar e ser amado
Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delÃrio ardente
Por essas doces noites de desvelo!
Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento,
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
P’ra tão puro e celeste sentimento:
Ver nossas vidas quais dois mansos rios,
Juntos, juntos perderem-se no oceano —,
Beijar teus dedos em delÃrio insano
Nossas almas unidas, nosso alento,
Confundido também, amante — amado —
Como um anjo feliz... que pensamento!?
Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delÃrio ardente
Por essas doces noites de desvelo!
Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento,
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
P’ra tão puro e celeste sentimento:
Ver nossas vidas quais dois mansos rios,
Juntos, juntos perderem-se no oceano —,
Beijar teus dedos em delÃrio insano
Nossas almas unidas, nosso alento,
Confundido também, amante — amado —
Como um anjo feliz... que pensamento!?
CASTRO ALVES
Reviewed by Natanael Lima Jr
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18:23
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