QUATRO POEMAS DE TELMA BRILHANTE

Postado por DCP em 20/08/2023

Telma Brilhante I Foto: Reprodução

Telma de Figueiredo Brilhante nasceu no Crato/CE e mudou-se para o Recife desde 1966. Estreou com o livro de ficção Contos Chão (Premiado pela UBE). O segundo, Aflição de Pássaro, contos, premiado pela Academia Pernambucana de Letras – APL. E vieram outros: Magia do Instante, crônicas; Crepúsculo das Coisas, contos e, posteriormente, Sendas do Oriente, de haicais.

 

Na área infantil escreveu: Destino do Planeta Terra, O Pequeno Pescador, Arabela e o Camaleão e A Chuva e a Árvore, entre outros. Participou de várias antologias de poesias e contos.

 

Colaborou com diversas Revistas: da ALANE; Francachela, Argentina; Oficina de Letras da SOBRAMES (PE); Literapia, da SOBRAMES (CE), Província (Crato/CE) e outras. Foi homenageada nos projetos: Poetas da Terra (SESC); A Arte e a Cultura em Pernambuco (UBE/Livraria Cultura); Troféu Mulher Valorosa do Brasil (Maceió/Alagoas); Mulheres que mudaram a história de Pernambuco; Vitrine do Mês, Escritor de Plantão, da Biblioteca Pública de Afogados. Recife/PE. Personalidades Gold, Surubim/PE.

 

Faz parte da União Brasileira de Escritores, da Academia de Letras e Artes do Nordeste – ALANE (Cadeira nº 12.), da Academia de Letras do Brasil/PE, Cadeira nº 2 (atual Presidente) e da Academia Recifense de Letras.

 

 

 

 

 

 

 

QUATRO POEMAS DE TELMA BRILHANTE SELECIONADOS DO LIVRO “ALMA SITIADA”

 

 

 

 

 

 

INCONCLUSÃO

 

lagrimas

correndo estreita

sobre a derme

de poros entreabertos

 

sou

ser inacabado

que se escondeu

na minha

face-máscara

 

nunca encontrei

o sonho perdido

no silêncio

de meu sono.

 

 

 

HERANÇA

 

meu pai trazia nos olhos

cintilações

de canaviais florescendo

nas colinas enevoadas

dos sonhos

 

meu pai trazia

no sangue

madrugadas indormidas

em ideias violentadas

 

meu pai se encantou

em ignotas cavernas

no infinito.

 

 

 

LUZ NO CAMINHO

 

no leito afago mágoas inteiras

apago a lenda do corpo os sinais

do amor frustrado candentes estrelas

seguem no espaço lumes ancestrais

 

desforro a cama de limo e de peixes

ventos azuis espantam solidão

e se dilui na poeira dos sonhos

construo sendas no canto da ilusão

 

em soluços gozos ansiedades

caminho a vida grama renitente

em esperanças florindo veredas

vigio no horizonte o sol nascente.

 

 

 

MIRAGEM

 

o espelho

obtuso de tempo

me perde

 

permaneço imagem desfeita

de épocas

longínquas

 

não são meus

esses reflexos cativos

 

espero que ele

me devolva a seiva

para correr liberta

de espectros.

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Natanael Lima Jr.

@natanaeljr12

 

Capricorniano. Pernambucano. 

Apaixonado por música, literatura e livros.

Graduado em Pedagogia. Poeta, pesquisador, produtor cultural, 

editor do site ‘Domingo com Poesia’ – DCP e

da Imagética Edições. Fez a sua estreia

com a plaquete “Clarear”, poemas, 1982, Edições Pirata. 

natanaeljr12@hotmail.com