“ENCONTRO”: JOSÉ TERRA, JULIA LEMOS, LOURDES NICÁCIO E SILVA, MARIA DE LOURDES HORTAS E NATANAEL LIMA JR.
Postado por DCP em 21|12|2022
O poeta Vinícius de Moraes nos deixou
uma sábia e profunda máxima que “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto
desencontro pela vida”. Seguindo os passos do poetinha, o site DCP traz nesta
postagem cinco poetamigos que buscam viver a magia do “encontro” fortalecendo a
caminhada com amor, fraternidade e poesia. O site DCP apresenta os poetas: José Terra,
Julia Lemos, Lourdes Nicácio e Silva, Maria de Lourdes Hortas e Natanael Lima Jr. Viva
a vida! Viva a arte do encontro!
ESPÍRITO DE LUZ
José Terra
O marginal me pediu a rosa principal
(Depois de ter levado todos os espinhos da aurora)
O anti-herói me pediu o poema maior
(Após ter sido roubado por Judeus e Muçulmanos)
O infeliz me pediu qualquer mulher
(Depois da cachaça da solidão)
O desvalido me pediu a companhia de Jesus Cristo
(Após toda maldade da burguesia)
A prostituta me pediu o perfume azul
(Depois de ter perdido o fino erotismo)
A deficiente física me pediu a Praça de Veludo
(Após a lágrima de Mãe Nordestina)
A deficiente mental me pediu o fogo da mulata
(Depois da pedra do coração do amado)
CANDEIA
Julia Lemos
O olhar soturno que Deus me deu
não é para ferir o mundo
mas para amá-lo.
Amo-o com a candura
dos olhares límpidos.
e subo ao mais alto edifício
de onde eu possa ser a candeia
que ilumine toda a cidade.
RECIFE
Lourdes Nicácio e Silva
Venho de longe, Recife
das margens lavradas do rio
Trago urupemas de sonhos
safras de fé, pássaros raros.
Venho de longe, Recife
das terras sanfranciscanas
Em mim repousam sementes
das águas, da luta e do sol
a germinar em teus ares.
Hei de colher tuas auroras
nas ruas, nas pontes, no mar
Serei amálgama de mundos
- o sertão e o litoral.
CALENDÁRIO
Maria de Lourdes Hortas
Todavia há dias
de ser feliz:
aqueles, por exemplo,
em que dispo a alma
e a levo à beira-rio
onde a mergulho e lavo
e depois a espalho
na relva, ao sol.
À ESPERA DO ÚLTIMO GIRASSOL
Natanael Lima Jr.
Para o poeta Luiz Carlos Monteiro,
um homem de sonhos e esperança.
Podar o sonho, recriá-lo
no chão batido da alma
entre nuvens e jardins
entre rimas e cantos
e lábios e voz.
Podar o amanhã, reinventá-lo
à luz de uma nova batalha
entre mãos que sangram
e corações que pulsam.
Podar a esperança, renová-la
ao sol de cada manhã
entre brotos, folhas,
flores e frutos,
à espera do último girassol.
Parabéns a cada poeta, poetisa pelos belíssimos textos
ResponderExcluirQue belo encontro! Viva a nossa poesia! Um grande abraço.
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