‘SOLO PARA VIALEJO’ DE CIDA PEDROSA VENCE O JABUTI
PUBLISHNEWS, REDAÇÃO, 27/11/2020
Livro de Cida Pedrosa levou o troféu na categoria Poesia e o de Livro do Ano. ‘Solo para vialejo’ é uma ‘busca das raízes sertanejas’ da autora.
Cida
Pedrosa foi a vencedora
do
Prêmio Jabuti 2020 | © Reprodução Facebook
Em uma cerimônia
virtual comandada pela jornalista Maju Coutinho, o Prêmio Jabuti anunciou os
vencedores da sua 62ª edição. Pela segunda vez na história recente do Prêmio,
um livro de poesia escrito por uma pessoa nordestina foi escolhido como Livro
do Ano. Em 2018, o cearense Mailson Furtado levou o Jabuti Dourado por À cidade. Agora, foi a vez da autora
pernambucana Cida Pedrosa ganhar o prêmio com o livro Solo para vialejo, publicado pela Cepe Editora. Além da estatueta,
a autora recebe o prêmio de R$ 100 mil. O livro também venceu na categoria
Poesia.
Ao agradecer pelo
prêmio, Cida declarou que Adélia Prado, a homenageada desta edição, é sua
referência poética e falou sobre o significado da sua obra que demorou dois
anos para ficar pronta. “Este livro é
minha entrega pra literatura”, declarou. “Esse é um livro sobre nossas negritudes, várias, sobre nossas
indigenices, sobre nossas branquitudes. Este é um livro em busca da música, em
busca de mim, das minhas raízes sertanejas. É um livro que eu me entrego
inteira ao sertão e suas negritudes”, disse. Cida, que acaba de se eleger
vereadora por Recife, nasceu em Bodocó, na região do Sertão do Araripe, em
Pernambuco e tem sete livros de poemas publicados. No seu discurso, ela
declarou que doará parte do prêmio ao seu partido, o PCdoB.
Em Romance Literário, o
ganhador foi Torto arado (Todavia),
de Itamar Vieira Jr. Uma mulher no escuro
(Companhia das Letras), de Raphael Montes, venceu a categoria Romance de
Entretenimento, novidade desta edição. Em Conto, o primeiro lugar ficou com Urubus (Confraria do Vento), de Carla
Bessa. Em Crônica, Uma furtiva lágrima
(Record), de Nélida Piñon.
A categoria História em
Quadrinhos ficou para Silvestre
(DarkSide), de Wagner Willian Menezes de Araújo. Da minha janela (Companhia das Letrinhas), de Otávio Cesar Jr.,
ficou com o troféu na categoria Infantil. Em Juvenil, o vencedor foi Palmares de Zumbi (Nemo / Autêntica), de
Leonardo Chalub.
DEPOIMENTOS DE CIDA PEDROSA
“Solo para Vialejo é uma busca para dentro de mim,
para dentro do Brasil”.
“Meu ‘Solo para Vialejo’, minha Bodocó e meus pais
que hoje moram no céu dos sertanejos”.
“Um trabalho de dois anos que se espraiou pelas
páginas desse livro, a partir de palavras e sons que não cabiam mais na cabeça
dessa poeta sertaneja”.
“Solo para Vialejo acabou de receber o Prêmio
Jabuti nas categorias ‘Poesia’ e ‘Livro do Ano’, gente amada! Uma caminhada que
começou aos 15 anos, quando cheguei no Recife e, desde lá, sempre fazendo da
poesia a minha guia”.
“Nesse livro, é como se eu fosse fazendo os
caminhos que os negros, negras e índios fizeram para o Sertão. É a história do
meu povo, de Bodocó, uma cidade que tem músicos incríveis. Vou cantando desse
som, dessas imagens”.
“A luta pelo livro é muito mais do que pelo objeto.
É a luta por um povo crítico e contra o obscurantismo negacionista”.
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