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ENTREVISTA I JORGE LOPES: O CIDADÃO É O PÁSSARO. O ARTISTA É O VOO.


Entrevista concedida a Valmir Jordão*
Postado em 13/09/2020 às 00:02








Jorge Lopes I Foto Reprodução




A entrevista da semana é com Jorge Lopes. Ícone da poesia underground pernambucana, concedida ao poeta Valmir Jordão, com exclusividade para o DCP.

Jorge Lopes é poeta, desenhista, compositor e escritor. Recifense do bairro do Cordeiro. Durante as décadas de 80 e 90 produziu eventos culturais e ilustrou diversas edições. Tem vários livretos publicados , entre eles: Dose Dupla (com Francisco Espinhara ) e Curta Poema (com Celso Mesquita). Edita o fanzine BALAIO DE GATO, e participou do CD "vários poemas vários - 25 poetas contemporâneos" e dos filmes "ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de Baudelaire" e "poeta urbano". Em 2020 lançou o  livro POEMAS REUNIDOS, pela CEPE.




VALMIR JORDÃO – Como se define o cidadão e artista Jorge Lopes?

JORGE LOPES – O cidadão é o pássaro. O artista é o voo.

VJ – Como era o cenário poético e cultural do Recife no seu começo de carreira?

JL – O cenário poético era efervescente, com publicações de livros, folhetos, fanzines e recitais acontecendo em vários locais. Realmente havia uma agitação cultural muito grande sacudindo a cidade. Museus, teatros e cinemas vivos. O Teatro do Parque funcionava a todo vapor, com shows musicais, exibições de filmes, peças teatrais e exposições. Tenho certeza que o Recife nunca mais verá nada igual.

VJ – O que representa o Movimento dos Escritores Independentes  - MEI, para você e como foi a sua participação?

JL - O Movimento de Escritores Independentes aglutinou os poetas dispersos, registrando para história uma geração de artistas que vivenciou uma determinada época. Tudo isso devemos principalmente a poetas - editores como Chico Espinhara, Hector Pellizzi e Fátima Ferreira. Quanto a minha participação, eu estava no lugar certo, na hora certa.

 VJ – Como analisas o fazer e o cenário cultural dos anos 80, 90 aos tempos atuais?

JL - Parafraseando o genial poeta Erickson Luna: "Os novos que me perdoem" mas hoje eu vejo muita quantidade e pouca qualidade. Ler é preciso.

VJ – Arquitetura, o desenho, a pintura e a poesia sempre estiveram presentes em sua vida?

JL - Sempre.

VJ – O fanzine Balaio de Gato fez história de meados dos anos 80 a 2014, o que tens a falar sobre esta experiência de publicação, venda, distribuição e relação com os leitores?

JL - Tenho muito orgulho de ser editor e criador do BALAIO de GATO. Foi o mais  importante jornal desse movimento subterrâneo. Não se tratava de uma publicação feita por artistas para artistas, como eram as outras publicações. O BALAIO de GATO foi para as ruas, onde estava o povo, o cidadão comum. Isso é sua grandeza. Era diagramado manualmente, corta aqui, cola ali... publicado com a ajuda de comerciantes locais, e vendido em todos os cantos da cidade. O público adorava. Bons tempos.

VJ – A vida cultural e boêmia nas imediações do Teatro do Parque nos movimentados e gloriosos tempos de cultura no centro da cidade, o que tens a dizer?

JL - Muita bebida e muita poesia.

VJ – Gostaríamos de saber sobre o lançamento do seu novo livro, o título, a editora e quando e onde será o evento?

JL - O livro chama - se POEMAS REUNIDOS  e foi publicado pela Cepe Editora. É uma coletânea que reúne 36 poemas escritos entre 1970 e 1990. Quanto ao local, data e hora do lançamento, somente a editora poderá responder. 



Poemas Reunidos, Cepe, 2020 / Capa: Divulgação







*Valmir Jordão – Poeta, compositor e performer. Nascido em 1961 no Recife, participou do Movimento dos Escritores Independentes – MEI, no início dos anos 80. Publicou vários livros, entre eles: “Sobre Vivências”, “Anartistas in nuliverso”, “Antípoda”, “Poe Mas”, “Hai Kaindo na Real”, “Poemas Diversos”, “Poemas Reunidos” e “Poemas Recifenses”. 

ENTREVISTA I JORGE LOPES: O CIDADÃO É O PÁSSARO. O ARTISTA É O VOO. ENTREVISTA I JORGE LOPES: O CIDADÃO É O PÁSSARO. O ARTISTA É O VOO. Reviewed by Natanael Lima Jr on 00:02 Rating: 5

7 comentários

  1. Gostei de ver o poeta Jorge Lopes​ na entrevista do poeta Valmir Jordão. Viva a poesia!

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  2. Parabéns ao poeta Jorge Lopes por suas respostas Gracilianas e ao editor Natanael Lima,por nos conceder o espaço no DCP.

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  3. Parabéns meu querido Jorge Lopes! Usou a síntese para definir concisamente seu trabalho e participação no Movimento dos Escritores Independentes - que teve, entre outros, o mérito agregar tanta gente querida e afiada nos versos! Aplausos também para nosso Valmir Jordão que o entrevistou! Esperamos seu Poemas Reunidos!

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  4. Valeu Jorge Lopes a sua entrevista. Aguardo o lançamento do seu livro. Parabéns, abraço!

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