Poemas da Semana
Poemas de Cyl Gallindo, Paulo Cultura, Ducabellaflor, Jade Dantas e Valque
Santos
Cinco chagas
Cyl Gallindo
Cyl Gallindo/Foto: Reprodução
(28/05/1935 – 04/02/2013)
Cinco chagas
prostram-te no chão
e teu espírito leve
evaporou
porque da Paz o homem
duvidou.
Que estrutura arcaica
te gerou
que permitiu assim
teu passado
nessa Jerusalém feita
de cimento?
É que rasgou, a voz
da tua guitarra,
a farsa do poder que
faz a guerra
sem plantar um só
corpo sob a terra.
Calaram-te John
(Emanuel) Lennon
mas teu silêncio,
neste momento,
faz o mundo repleto
de argumento.
O místico*
Paulo Cultura
Paulo
Cultura/Foto: Arquivo DCP
(16/05/1953 –
21/07/2009)
O místico
Entre Deus e
o diabo
Causador do
teu amor e felicidade
Causador do
teu ódio e infelicidade
Ele é como a
brisa
Ele é como o
furacão
O maior entre
os maiores
O menor entre
os menores
O Causador do
teu sonho
O provocador
da tua realidade
O que tu
pensaste agora
Ele já pensou
antes, muito antes...
A pureza dos
seus atos
A exatidão
das suas palavras
Leva-te a
pensar que ele é louco
Mas, lá no
fundo, no fundo...
Da
profundidade d’alma
Ele é o teu
protetor
Ele é o teu
cobertor
Ele é o
equilíbrio
Entre o ser e
o não ser
Entre o bem e
o mal
Entre a tua
tristeza e a tua alegria
Intento
Ducabellaflor
Img: Reprodução
Aragem vadia
Sangrenta e fria
Exegese paria
As tiranias
Crepitadas e orgânicas
Das romarias
Profana dos tempos
-oligarquia-
Sangrenta e fria
Exegese paria
As tiranias
Crepitadas e orgânicas
Das romarias
Profana dos tempos
-oligarquia-
Luas sangrentas
Boca vazia
Alienação contempla
A carne ainda fria
Idiossincrasia
Da poesia
Vultosas assentam
Paralisias
Boca vazia
Alienação contempla
A carne ainda fria
Idiossincrasia
Da poesia
Vultosas assentam
Paralisias
Contida
Jade Dantas
Img: Reprodução
uma saudade repousa solitária
na minha cama, e nos seus olhos
dança um poema sem razão
na minha cama, e nos seus olhos
dança um poema sem razão
um poema indeciso
e sem presente enquanto ela
a saudade, em miradas secretas
e sem presente enquanto ela
a saudade, em miradas secretas
adormece asceta e muda
presa da sua solidão. me afasto
ela não foi convidada e não me agrada
presa da sua solidão. me afasto
ela não foi convidada e não me agrada
dormir acompanhada da saudade
que guarda atrás do sono
a inquietação e suas tantas rimas
que guarda atrás do sono
a inquietação e suas tantas rimas
rimas enlouquecidas, escondidas
no cinza das paixões. rimas fingidas
rimas feitas de ilusão
no cinza das paixões. rimas fingidas
rimas feitas de ilusão
Execução*
Valque Santos
Img: Reprodução
Rasga
o verbo
Rasga
a página
Rasga
o verbo
E
deixa a poesia fluir
Num
canto
Na
mesa d’um bar
De
um lugar qualquer.
Rasga
você
Os
olhos que ardem
O
coração que bate.
Jorra
o sangue
Pinta
o papel
Com
os verbos e versos
Nas
páginas do livro
A
tua poesia.
*Transcrito do livro Além da Solidão
Poemas da Semana
Reviewed by Natanael Lima Jr
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10:01
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