Poemas da Semana
Poemas de
Frederico Spencer, Flávia Suassuna, Carlos Maia, Alberto Lins Caldas e
Teresinka Pereira
Poemeto desses dias*
Frederico Spencer
Img: Reprodução
Fecho
o dia
na
sombra me despindo
estrutura
de pele e sol
de
cada dia
encho
o bucho
de
nós e girassóis
zumbindo
nos ouvidos
a
tessitura rígida dos músculos
e
os nervos
impedindo
o amanhecer
remontando
o jogo:
gatos
e ratos
pululam
nos porões.
*Do inédito “Código de Barras”
A irmã
Flávia Suassuna
A Debe, minha irmã, e as conseguintes
metonímias. E a Jéssica e Isabelle.
Img: Reprodução
Eu
a tive
antes
de a ver
e
a terei
depois
de morrer.
Vivemos
nos mesmos lares –
primeiro,
naquele inaugural,
sem
paredes,
uma
de cada vez;
depois
noutro
com
paredes, juntas.
Devagar,
saímos,
como
galhos
em
direções exclusivas
que
partilham,
entretanto,
a
mesma raiz e sua seiva.
Não
é só sangue:
há
esforço entre nós,
cimento
de lágrimas
e
perdões.
Esse
percurso visceral
criou
o último lar:
um
pacto incancelável
que
subjuga a morte.
Uni-verso
Carlos Maia
Img: Reprodução
E
o verso
Se
fez vida
E
habitou entre nós,
Cheio
de rimas ricas
e
rimas pobres
Metonímias
cansadas
Metáforas
preocupantes...
Não
usurpou ser igual ao poema
E
esvaziou-se da crase
e
do trema.
Interpretando-se
a si mesmo
Cheio
de graça e verdade,
Sabendo
apenas uma coisa:
Somos
todos um!
Alberto Lins Caldas
Img: Reprodução
●
não se sabe sancho como eram os olhos ●
●
nem a boca nem as orelhas ou o nariz ●
●
porq a cabeça desapareceu no tempo ●
●
não se sabe se havia cabeça ou o vazio ●
●
dessa cabeça foi o q incendiou o criador ●
●
assim se envolvendo o ao redor como face ●
●
não se sabe sancho como eram os dedos ●
●
nem as unhas nem as mãos nem os braços ●
●
porq os braços desapareceram no tempo ●
●
assim o gesto a força das mãos o toque ●
●
nada disso ficou pra se saber o arranjo ●
●
apenas arredores agora tentam agarrar ●
●
não se sabe sancho como eram os pes ●
●
nem as unhas dos pes ou as veias dos pes ●
●
porq as pernas desapareceram no tempo ●
●
não se sabe se corriam se tavam imoveis ●
●
se ralavam ou se se ofereciam a liberdade ●
●
se eram pernas nobres ou pernas de pobres ●
●
não se sabe sancho se era macho ou mulher ●
●
se tava nu se havia mama ou so macheza ●
●
porq não restou muito quase nada do torço ●
●
se era mulher acostumada ao acre lar ●
●
ou mulher acostumada a lida ou homem ●
●
guerreiro idiota liberto ou bom senhor ●
●
não se sabe sancho como era a estatua ●
●
nem as linhas do marmore ou do bronze ●
●
restou tão pouco q não se sabe a materia ●
●
como não se sabe nem se pode saber ●
●
de quem era ou se era viva bela libertina ●
●
ou ligeira porq so ficou assim esse vago ●
●
não se sabe sancho o q deveria dizer ●
●
porq não restou nada dessa grande obra ●
●
nem mesmo o silencio nem a boa hora ●
●
não saberemos jamais se havia um pouco ●
●
ou se foi exatamente isso o q nos fizeram ●
●
e seguimos rindo e dançando como servos ●
*
A morte
Teresinka Pereira
Img: Reprodução
Não
falta nunca
a
morte!
Desnuda
os reis
e
põe manto de estrelas
nos
pobres.
Mas
aos gênios
que
criaram
mundos
em nossa
imaginação
literária
os
faz renascer
em
melhor dimensão
de
eternidade.
Vamos
enxugar as lágrimas
Gabriel
García Márquez
acaba
de renascer!
17-04-2014
Poemas da Semana
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
08:02
Rating:
Obrigado Natanael, pela divulgação do meu poema! E parabéns pela classificação no Top blog!!!!!
ResponderExcluirFeliz Páscoa!!!
Grande Abraço!!!
Bem-vindo meu amigo Carlos Maia.
ExcluirBelos poemas. Ontém éramos segundo, hoje estamos entre os terceiros, amanhã seremos os primeiros. Parabéns DCP.
ResponderExcluirGrande abç meu cumpadre Negreiros Neto, como vai? Tudo isso é fruto de um trabalho plural que adotamos no DCP. Seja sempre bem-vindo.
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