O Místico e o Erótico em Bandeira
Albayde, Alexandre Cabanel, 1848 |
Ao adentrarmos a obra de Manuel Bandeira encontraremos poemas nos quais o místico e o erótico se fundem em síntese primorosa.
Um dos seus
poemas mais expressivos é Alumbramentos, escrito
em Clavadel, na Suíça, em 1913, aflora a face mística de Bandeira: “Eu vi os
céus! Eu vi os céus!/ Oh, essa angélica brancura/ Sem tristes pejos e sem
véus!”.
Em outros,
a inflamada afirmação do erótico, como se pode ver em Vulgívaga, Duas Canções do Beco ou Cântico dos Cânticos. Como Eros apresenta várias faces, Manuel Bandeira não foge a nenhuma
delas, focalizando-as através de uma escritura que ora aparece vestida, ora
cintila a sua nudez, ora esconde para melhor entrever a força deslocadora que a
sensualidade impõe ao humano. Davi
Arriguci Jr. ressalta que, em Libertinagem,
Manuel Bandeira une “ostensivamente transgressão formal e erotismo” (1990, p.
163). No poema Vulgívaga, a raiz da
palavra é vulgas, aquele que se
avilta ou que se prostitui: “Não posso crer que se conceba/ Do amor senão o
gozo físico!/ O meu amante morreu bêbado,/ E meu marido morreu tísico!”
Manuel Bandeira foi,
sem dúvida, o mais completo poeta brasileiro. Foi ao mesmo tempo romântico,
parnasiano, simbolista, modernista e concretista. Seus poemas expressaram
sentimentos diferentes e contraditórios, como alegria e tristeza, crença e
descrença, misticismo e erotismo.
Os
editores
O Místico e o Erótico em Bandeira
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
16:31
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Um prazer poder conhecer e acompanhar este espaço.
ResponderExcluirUm grande abraço e se desejar pode conhecer meu cantinho - http://tudoepossivel-infinitoparticular.blogspot.com
Malu, o prazer é todo nosso receber sua visita e saber que você nos acompanha. Volte sempre. Vou visitar você também.
ExcluirOlá Malu, agradecemos sua visita e seu comentário. Volte sempre!
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