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Dia D. Dia de Drummond

 
 
 
Estátua em sua homenagem, no calçadão da praia de Copacabana (RJ)
Foto: Reprodução






No último 31/10 comemoramos os 110 anos de nascimento do poeta mineiro e brasileiro Carlos Drummond de Andrade. Dia de comemorarmos a poesia, dia dado de bom grado por aquele que nos deu A rosa do povo, Claro enigma, A vida passada a limpo e tantas outras maravilhas.
 
Para comemorar a data, e fazer dela uma homenagem anual ao grande nome da poesia brasileira, o Instituto Moreira Salles (IMS) lançou a ideia de instituir o Dia D. Dia de Drummond, com uma programação de eventos que passaria a integrar o calendário cultural do país.
 
No IMS do Rio de Janeiro, localizado no bairro da Gávea, zona sul da cidade, a comemoração nesta quarta (31) constou de uma mostra de cinema da atriz sueca Greta Garbo, fonte de inspiração para poemas e cônicas de Drummond.
 
O ponto alto do Dia D foi o lançamento da nova edição dos Cadernos de Literatura Brasileira dedicada ao poeta, seguido de um bate-papo aberto ao público entre os também poetas Ferreira Gullar e Eucanaã Ferraz e o professor de literatura brasileira Ivan Marques, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).
 
Para Eucanaã Ferraz, o aniversário de Carlos Drummond de Andrade deve ser uma oportunidade de se comemorar a própria poesia. “É um tipo de comemoração bastante simples de ser feita. Qualquer escola ou biblioteca pública possui obras de Drummond. Basta promover uma leitura de poemas dele para comemorarmos a poesia em torno de um nome que dá a esta palavra um sentido mais concreto”. 

Fonte: Agência Brasil
 
 
 
 
 


POEMAS DE NATANAEL LIMA JR, FREDERICO SPENCER E CYL GALLINDO
 
 
 
Elegia a Hamlet I*
Natanael Lima Jr
 
                           ser ou não ser, eis a questão
                                                  (Shakespeare)
 
 
 
 
Foto: Reprodução
 
 
a questão já foi dita
& o ser é quem fala
ou melhor
quem grita
 
tudo está escrito
conforme o não dito pelo dito
é melhor ser ou não ser
agora e antes
depois quem dirá é o destino
o resto ignoro
não penso
não imploro
 
quem sabe
se (ainda) restará uma só palavra
pra ser dita?
 
o amanhã
nada mais importa
o silêncio é o que conforta
 
*do livro “À espera do último girassol & outros poemas”.
Recife: Ed. Bagaço, 2011.
 
 
 
 
No véu da noite
Frederico Spencer




Foto: Reprodução

 
 
 
Quando o véu da noite cai
em tua cama te desvenda
nua com o sol nas mãos, a manhã:
tua linha que divide
norte e sul de tuas planícies – a água
escorre, o lodo e o sal:
fremindo teu horizonte nasce
de tudo que virou lamaçal
na noite viva tua agonia:
na cama nua
a noite desce.
 
 
 
 
 
Como esquecer*
Cyl Gallindo



 
Foto: Reprodução
 
 
Como esquecer
esses teus dedos ágeis
sobre o teclado
de um nobre piano
e aquela lágrima
que caiu na tecla
me revelando
o teu lado humano?
 
Como esquecer
esse teu meigo rosto
e teu sorriso
virando o pescoço
e o sabor dos teus doces seios
como esquecer esse teu corpo moço?
 
Como esquecer
o teu andar tão lento
e o gingado balançando o corpo?
Como esquecer
teus sonhos tão fortes
no teu destino meio absorto?
 
 
*20 poemas escolhidos. Recife: Ed. Livros Amigos, 2000. p. 39.


 
Dia D. Dia de Drummond Dia D. Dia de Drummond Reviewed by Natanael Lima Jr on 11:37 Rating: 5

Um comentário

  1. Meu nome é António Batalha, estive a ver e ler algumas coisas de seu blog, achei-o muito bom, e espero vir aqui mais vezes. Meu desejo é que continue a fazer o seu melhor, dando-nos boas mensagens.
    Tenho um blog Peregrino e servo, se desejar visitar ia deixar-me muito honrado.
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