O cinema falando do cinema ou um modo gostoso e simples de falar da metalinguagem
Douglas Menezes*
Vale a dica para quem ensina Língua
Portuguesa. E mais ainda, vale dizer que a teoria, antes tão enfadonha e triste,
pode se tornar um período didático agradável e frutífero. Por que perder tempo
com explicações da origem das coisas através de um Latim pouco vivo na prática
ou um arrogante grego que o tempo levou? E por que não acabar com o receio de
provocar o aluno para que goste de coisas cultas e sérias, sem ter medo de
parecer chato e desinteressante?
O pior da sala de aula é o
bacharelismo camuflado, ainda, nas escolas brasileiras. Ou se força a barra com
o intelectualismo inútil, como, por exemplo, obrigar aluno de início do nível
médio a ler obras como Cartas Chilenas, livro pesado e terrivelmente
desinteressante para um adolescente entrosado na civilização digital. Pois esse
poema enfadonho às vezes é adotado nas escolas, como livro paradidático, que
deveria ser algo atraente, causando um trauma linguístico no aluno; ou se cai
na vulgaridade de adaptar o que vai ser ensinado ao gosto duvidoso da cultura
brega, no pior sentido da palavra, alegando a vivência do aluno, isto sendo uma
prática principalmente nas escolas públicas, onde a clientela vive nos bairros
populares, sofrendo toda a sorte de influência do que não presta,
principalmente em termos musicais, numa interpretação errada de Paulo Freire.
O que falta é leveza, o descolar da
hipocrisia. E para ilustrar isso, peguemos um conteúdo: Funções da Linguagem.
Notadamente um dos tópicos: a Metalinguagem. Ela explica o código, a gente diz
para os alunos, acrescentando, como nos dicionários. Que interesse tem isso
para alguém com quinze anos de idade, bombardeado, cada vez mais, por
informações constantes a todo o momento?
Vai a dica. A receita poderia ser
encontrada, para explicar a Metalinguagem, no filme Lisbela e O Prisioneiro, de
Guel Arraes, baseado na peça homônima de Osman Lins. Obra romântica e, ao mesmo
tempo, cômica, é um filme divertido, de fácil compreensão, bem produzido e que
traduz a visão de que o cinema é um parceiro da Literatura, com certeza, além
de propiciar a condição para a interdisciplinaridade.
Lisbela, além da nordestinidade presente
em todos os instantes da história, o que facilita a empatia com o adolescente
pernambucano, que se vê envolvido em situações tipicamente encontráveis na
região. É aí que entra o mestre e o conteúdo didático. A personagem Lisbela é
uma apaixonada pelo cinema e, constantemente, no desenrolar do enredo faz
referência a filmes; com imagens superpostas em preto e branco, com a
personagem ingênua e simploriamente expressando sua profunda admiração pela
“sétima arte”, com o cinema explicando o cinema, com imagens poéticas, lúdicas
e, sobretudo, românticas, num didatismo de fácil entendimento. A exibição de
Lisbela poderia se transformar num evento agradável e numa explicação que iria
além da função Metalinguística, para adentrar em outros conteúdos, inclusive literários,
como a Função Poética da Linguagem, com seu lado conotativo. Ou ainda o
Romantismo próprio do fazer literário e as modalidades linguísticas,
evidenciando-se o peculiar sotaque pernambucano.
Lisbela é uma boa pedida para
ministrar um conteúdo sem a chatice do falso intelectualismo ou a vulgaridade
preconceituosa, quando se pretende expressar a realidade social do aluno da
escola pública, principalmente.
*Douglas Menezes é escritor, professor
de Língua Portuguesa, pós-graduado em Literatura Brasileira e em Leitura,
Compreensão e Produção Textual pela UFPE, membro da Academia Cabense de Letras.
FESTEJANDO A POESIA
“Nossos
domingos não são apenas um dia comum dos finais de semana, eles ganharam um
brilho que lhes são peculiar. Temos o sentimento materializado nas palavras,
dando origem a versos capazes de transmitir a poética do ser. E o blog Domingo
com Poesia, é resposta concreta da certeza de que enquanto existir um poeta, o
mundo continuará caminhando rumo a uma nova humanidade.”
Nildo Barbosa, professor, mestrando em psicanálise
da educação e gerente de cultura da prefeitura do Jaboatão dos Guararapes.
“O
Domingo com Poesia é fonte que jorra por muito mais que um dia, é prenúncio de
mais uma semana refeita sob luz, nos dando à alma mais leveza. Parabéns amigo
Natanael Júnior, que tenhamos outros cinquenta e dois domingos, e que possamos
assim, mais uma vez celebrar um ano de intenso desejo de que chegue logo o
terceiro.”
Jairo Lima, poeta e membro da Academia Cabense de
Letras.
“O
desafio de criar e manter um blog com características genuinamente literárias
contribui para fortalecimento da luta dos que defendem a cultura neste país.
Parabéns!”
Maria do Carmo Azevedo, professora e pedagoga.
“O
que seria da vida sem a poesia? Não se pode conceber um mundo sem cor. As
palavras invadem os sentidos e refletem a alma, as palavras libertam. A poesia
ultrapassa os minutos, as horas, os dias, até que chega o domingo e aí é tempo
de renovação. Domingo é o dia do aconchego, dia de aquietar o espírito e
contemplar a vida. Que a poesia nos transborde hoje e sempre! Um amém para
todos nós. Parabéns pelo seu primeiro ano de encantamento e um grande abraço
aos amantes da palavra!”
Anderson Paes Barreto, jornalista, contista, poeta
e edita o blog “Multipersonalismo – PE”
“Um
blog dedicado à poesia nos faz pensar na vida a partir das nossas emoções,
privilegiando os afetos, os amores, as saudades, os sonhos... Enfim, a parte
mais amena do viver. Precisamos buscar tudo isso na poesia, para nos amparar
nos momentos em que precisamos encontrar a razão, a decisão, a dúvida... A
poesia é sempre o nosso tapete voador... Quem disse que não é parte integrante
da nossa vida? Parabéns por um ano do Blog Domingo com Poesia!”
Mirtes Cordeiro, pedagoga e atual secretária
municipal de Jaboatão dos Guararapes.
“Que
bom, que a poesia não se rende ao tempo, não envelhece, não se aprisiona em
ponteiros ou calendários. Por essa razão poeta, um ano do Domingo com Poesia
representa tempo indefinido, espaço infinito de contribuição para o mais humano
em cada um de nós. Parabéns!”
Nelino Azevedo de Mendonça, professor, escritor e
presidente da Academia Cabense de Letras.
“Caríssimo
Natanael , considero-me inadimplente e injusto com você por não ter emitido
qualquer pronunciamento a respeito do aniversário do blog Domingo com
Poesia. Acontece que sou um
"quase" Dinossauro em comunicação pela internet. Basta dizer que não
utilizo normalmente a ferramenta do Blog, do Facebook, do Twiter, etc. Porém
considero sua iniciativa de criação do blog uma pérola, um tesouro, para os
amantes da poesia. Nada justifica a minha falta em não ter dirigido, ao menos,
um elogio ao
seu belo trabalho em favor da arte e da cultura. Tenho a certeza da sua persistência e
aprimoramento na nobre "missão" de POETA utilizando o DOM que lhe foi
especialmente presenteado por Deus. Que o Espírito Santo continue lhe
iluminando e fazendo-o produzir novas e boas peças literárias entre poesias e
contos, plantando e fazendo florescer novos GIRASSÓIS.”
Edir Peres, economista e atual vice-prefeito do
Jaboatão dos Guararapes.
O cinema falando do cinema ou um modo gostoso e simples de falar da metalinguagem
Reviewed by Natanael Lima Jr
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16:07
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Natanael.... ser poeta para mim é função|tarefa estratégica traduzir sentimentos,dores,amores,alegrias, ausências...como se falasse por nós é algo mágico. Parabéns Poeta pela iniciativa do Blog, pelos poemas pela sua bela mmilitância!
ResponderExcluirAna Selma.
Agradeço querida amiga suas sinceras palavras, que resumem bem a nossa trajetória voltada à divulgação da literatura e, em especial, a poesia. Você que nos acompanha desde a nossa militância inicial na década de 80.
ResponderExcluirBeijos e um forte abraço, continue nos acompanhando.
Natanael Lima Jr