RAUL DE LEONI
(Petrópolis/RJ,
30/10/1895 – Itaipava/RJ, 21/11/1926)
Poeta
e diplomata. É considerado um poeta neoparnasiano por
uns e, simbolista por outros, considerado como um dos poetas mais
notáveis do soneto brasileiro de todos os tempos. Recebeu críticas de alguns
intelectuais brasileiros como, Medeiros de Albuquerque, Ronald de Carvalho,
Manuel Bandeira, Afonso Arinos de Melo Franco, Sérgio Milliet. Cada um dos seus
versos tem ritmo e sonoridade primorosos, especialmente os dos sonetos em
decassílabos, sempre mesclados de simbolismo e modernismo, com tessitura
clássica e técnica parnasiana. Seu único livro editado em vida foi “Luz Mediterrânea” (1922).
Crepuscular
Poente no meu jardim... O olhar profundo
Alongo sobre as árvores vazias,
Essas em cujo espírito infecundo
Soluçam silenciosas agonias.
Assim estéreis, mansas e sombrias,
Sugerem à emoção em que as circundo
Todas as dolorosas utopias
De todos os filósofos do mundo.
Sugerem... Seus destinos são vizinhos:
Ambas, não dando frutos, abrem ninhos
Ao viandante exânime que as olhe.
Ninhos, onde vencida de fadiga,
A alma ingênua dos pássaros se abriga
E a tristeza dos homens se recolhe...
Poente no meu jardim... O olhar profundo
Alongo sobre as árvores vazias,
Essas em cujo espírito infecundo
Soluçam silenciosas agonias.
Assim estéreis, mansas e sombrias,
Sugerem à emoção em que as circundo
Todas as dolorosas utopias
De todos os filósofos do mundo.
Sugerem... Seus destinos são vizinhos:
Ambas, não dando frutos, abrem ninhos
Ao viandante exânime que as olhe.
Ninhos, onde vencida de fadiga,
A alma ingênua dos pássaros se abriga
E a tristeza dos homens se recolhe...
RAUL DE LEONI
Reviewed by Natanael Lima Jr
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10:44
Rating:
Lindos textos!!!
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