HELENA COLODY
(Cruz
Machado/PR, 12/10/1912 – Curitiba/PR, 15/02/2004)
Poeta
e professora. Escreveu seus primeiros versos aos 12 anos, estudou piano e
pintura. Aos 20 anos inicia sua carreira no magistério, lecionou no Instituto
de Educação de Curitiba por 23 anos. Seu primeiro livro de poemas foi publicado
em 1941: “Paisagem do Interior”.
Tornou-se uma das poetas mais importantes do Paraná e foi a primeira mulher a
publicar Haikais no Brasil, forma poética de origem japonesa, cuja
característica é a concisão, ou seja, a arte de dizer o máximo com o mínimo.
Foi admirada por poetas como Carlos Drummond de Andrade e Paulo Leminski, sendo
que, com esse último, teve uma grande relação de amizade. Membro da Academia
Paranaense de Letras, eleita no ano de 1991.
Principais
Obras: Música submersa (1945); A sombra
no rio (1951); Vida breve (1965); Era espacial e trilha sonora (1966); Tempo
(1970); Correnteza (1977); Infinito presente (1980); Sempre palavra (1985);
Poesia mínima (1986); Viagem no espelho (1988); Ontem, agora (1991); Reika
(1993); Sempre poesia (1944); Caixinha de música (1996); Poemas do amor
impossível (2002).
Sonhar
Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço
Num vôo poderoso e audaz da fantasia.
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço
Num vôo poderoso e audaz da fantasia.
Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,
Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;
Encastelar-se, enfim, no deslumbrante Paço
De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.
É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo,
Na luz de um pirilampo um sol pequeno e belo;
É alçar constantemente o olhar ao céu profundo.
Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:
Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas deste mundo.
Tão puro que não vive em plagas deste mundo.
HELENA COLODY
Reviewed by Natanael Lima Jr
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20:33
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