CATULO DA PAIXÃO CEARENSE
(São
Luís do Maranhão/MA, 08/10/1863 – Rio de Janeiro/RJ, 10/05/1946)
Poeta,
músico e compositor. Viveu no Rio de Janeiro onde se associou ao livreiro Pedro
da Silva Quaresma, proprietário da Livraria do Povo, que passou a editá-lo em
folheto de cordel, repertório de modismo da época. Organizou várias coletâneas,
entre elas “O cantor fluminense” e o “Cancioneiro popular”. Como compositor as
suas principais composições foram: “Luar do sertão (em parceria com João
Pernambuco), em 1914, que segundo Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo
brasileiro e “Flor amorosa” (em parceria com João Calado), em 1867. Atribuem ao
poeta à popularização do violão em salões da sociedade carioca e também da
reforma da “modinha”.
Luar
do sertão
Não há, oh gente
oh não, Luar
Como esse do sertão
oh não, Luar
Como esse do sertão
Oh que saudade
Do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
folhas secas pelo chão
Do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
folhas secas pelo chão
Este luar cá da
cidade
Tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Não há, oh gente...
Se a lua nasce
Por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
Por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
E a gente pega
Na viola que ponteia
E a canção
É a lua cheia
A nos nascer do coração
Na viola que ponteia
E a canção
É a lua cheia
A nos nascer do coração
Não há, oh gente...
Coisa mais bela
Neste mundo não existe
Do que ouvir-se um galo triste
No sertão, se faz luar
Neste mundo não existe
Do que ouvir-se um galo triste
No sertão, se faz luar
Parece até que a alma da
lua
É que descanta
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar
É que descanta
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar
Não há, oh gente...
Ah, quem me dera
Que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez
Que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado
Numa grota pequenina
Onde à tarde a sururina
Chora a sua viuvez
Numa grota pequenina
Onde à tarde a sururina
Chora a sua viuvez
Não há, oh gente...
CATULO DA PAIXÃO CEARENSE
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
18:27
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