LUÍS DELFINO
(Desterro/SC,
25/08/1834 - Rio de Janeiro/RJ, 31/01/1910)
Poeta,
médico e político. Foi considerado o segundo poeta mais importante de Santa
Catarina, superado apenas por Cruz e Souza. Sua poesia vai do Romantismo ao
Parnasianismo, passando pelo Simbolismo. A perfeição na rima em métrica da sua
poesia dá cadência e musicalidade à sua vasta produção. O amor e a mulher eram
seus temas prediletos. Patrono da Cadeira nº 27 da Academia Santoamarense de
Letras. Foi senador por Santa Catarina no início da república velha. Escreveu
mais de cinco mil poemas sem, no entanto ter publicado nenhum livro em vida,
era publicado frequentemente na maioria dos jornais e revistas da sua época.
Seu poema mais famoso de sua primeira fase poética foi “A Filha D’África”, publicado em 1862 na Revista Popular. Foi eleito
pelos colegas escritores como “Príncipe dos Poetas Brasileiros” em 1898. Foi
chamado também de “Vítor Hugo” brasileiro.
Principais
Obras: Poesia Completa 2: Poemas longos
(Luís Delfino), editado e publicado pela ACL (2001).
A Primeira Lágrima
Quando a primeira lágrima caindo,
Pisou a face da mulher primeira,
O rosto dela assim ficou tão lindo
E Adão beijou-a de uma tal maneira,
Que anjos e Tronos pelo espaço infindo
Qual rompe a catadupa prisioneira,
As seis asas de azul e d'ouro abrindo,
Fugiram numa esplêndida carreira.
Alguns, pousando à próxima montanha,
Queriam ver de perto os condenados
Da dor fazendo uma alegria estranha.
E ante o rumor dos ósculos dobrados,
Todos queriam punição tamanha,
Ansiosos, mudos, trêmulos, Pasmados...
Quando a primeira lágrima caindo,
Pisou a face da mulher primeira,
O rosto dela assim ficou tão lindo
E Adão beijou-a de uma tal maneira,
Que anjos e Tronos pelo espaço infindo
Qual rompe a catadupa prisioneira,
As seis asas de azul e d'ouro abrindo,
Fugiram numa esplêndida carreira.
Alguns, pousando à próxima montanha,
Queriam ver de perto os condenados
Da dor fazendo uma alegria estranha.
E ante o rumor dos ósculos dobrados,
Todos queriam punição tamanha,
Ansiosos, mudos, trêmulos, Pasmados...
LUÍS DELFINO
Reviewed by Natanael Lima Jr
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