MARTINS FONTES
(Santos/SP,
23/06/1884 – Santos/SP, 25/06/1937)
Poeta
e médico. É considerado o melhor poeta de sua geração na lusofonia e um dos dez melhores na lÃngua
portuguesa, entre nomes como Camões, Bocage, António
Nobre, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa, Castro Alves, Olavo Bilac, Raimundo
Correia e Alberto de Oliveira. Começou a escrever aos oito anos de idade no
jornalzinho de nome A Metralha, mostrando-se como uma revelação. Fundou com
Olavo Bilac uma agência publicitária para serviços de propaganda dos produtos
brasileiros na Europa e em outros paÃses. Em 1924 tornou-se correspondente e
titular da Academia das Ciências de Lisboa, colaborou com vários jornais da
época, entre eles A Gazeta e o Diário Popular em São Paulo, além de inúmeros
periódicos do Rio de Janeiro e outras cidades brasileiras. Sua obra é bastante
extensa, chegando a 59 tÃtulos publicados em poesia e prosa. É patrono da Cadeira
nº 26 da Academia Paulista de Letras.
Principais
Obras: Verão (1901); Arlequinada (1922);
Marabá (1922); Volúpia (1925); Vulcão (1926); Escarlate (1928); A flauta
encantada (1928); Sombra, silêncio e sonho (1933); Guanabara (1936).
Orfeu*
Na Trácia antiga, à margem
da corrente
Do Hebro à sombra dos
plátanos, outrora,
Orfeu, na adolescência, Ã
luz da aurora,
Flébil, feria a cÃtara
fremente.
E Ã sua voz, que as cousas
enamora,
toda a selva acordava, de
repente ...
— E, apaixonada, a música
dolente
Ia por vales e rechãs
afora.
Vinham ouvi-lo, dos
sombrais furtivos,
As amorosas Mênadas em
bando
E os semicapros Egipãs
lascivos.
— E a Grécia heróica
palpitava, quando
Se escutavam os mitos,
redivivos,
Nos hexâmetros órficos
cantando!
*Verão (1917)
MARTINS FONTES
Reviewed by Natanael Lima Jr
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10:04
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