INÁCIO RAPOSO
(Alcântara/MA, 16/06/1875 – 1944)
Poeta,
jornalista , desenhista e político. Formou-se em arquitetura pela antiga
Academia de Belas-Artes. Foi jornalista na cidade do Rio de Janeiro, fez parte
da redação do Jornal do Brasil. Foi também professor de Filosofia do Direito e
de Metafísica, na Faculdade do Rio de Janeiro. Como Deputado destacou-se pela
luta em defesa dos trabalhadores. Escreveu quase em todos os gêneros
literários, seus poemas abordavam temas sobre mistérios, tragédias e comédias.
Principais
Obras: Protofonsos (1901); Cânticos
(1910).
Tântalos
Não
poderei ter de certo os olhos sempre enxutos
Quem
sofre qual, no Erebo, o Tântalo maldito:
Sedento
- vê debalde um córrego infinito;
Faminto
- vê debalde os floridos produtos!...
Ante
um castigo tal, que apiedava os brutos
Leve
talvez pareça um bárbaro delito!...
Foge
sempre a torrente ao mísero precito
E,
se tenta comer, escapam-se-lhe os frutos!
Há
Tântalos também na vida transitória:
Querem
estes a lympha e os pomos do talento,
E
morrem no hospital para viver na história.
Desditosos
que são... no malogrado intento!...
Longe
de haverem ganho os loiros da vitória,
Encontram
no sepulcro o eterno esquecimento!
INÁCIO RAPOSO
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
20:36
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Esplendido!
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