CLÁUDIO MANOEL DA COSTA
(Mariana/MG,
05/06/1729 – Ouro Preto/MG, 04/07/1789)
Pertenceu
às escolas do Arcadismo e Neoclassicismo. Seus sonetos herdaram a tradição de
Camões. Graduou-se em Direito Canônico na Universidade de Coimbra (Portugal).
Seu livro de poesias Obras, 1778, foi
considerado o marco inicial do Arcadismo no Brasil. Foi integrante da Inconfidência
Mineira, sendo preso e morto na prisão. Cultivou a poesia pastoral, bucólica,
de influência Neoclássica, que segundo estudiosos observa-se uma consciência
nacional.
Principais
obras: Culto métrico (1749); Minúsculo
métrico (1751); Epicédio (1753); O parnaso obsequioso (1768); Vila Rica (1773);
Poemas manuscritos (1779).
Soneto
Dêstes
penhascos fêz a natureza
O berço em que nasci! oh: quem cuidara!
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
O berço em que nasci! oh: quem cuidara!
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor,
que vence os tigres, por emprêsa
Tomou logo render-me; êle declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Tomou logo render-me; êle declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por
mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;
Vós,
que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
Temei, penhas, temei que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
CLÁUDIO MANOEL DA COSTA
Reviewed by Natanael Lima Jr
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18:18
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