MACIEL MONTEIRO
(Recife/PE, 30/04/1804 – Lisboa, 05/01/1868)
Poeta,
político, orador, jornalista e diplomata. Formado em Letras, Ciências e Medicina,
estudou em Paris. Recebeu o título de 2º
Barão de Itamaracá. Foi diretor do curso de Direito de Olinda em 1839. Como
poeta, consagrou-se sem publicar livro. Algumas de suas poesias se destacaram,
sobretudo, os sonetos “Formosa” e “Qual Pincel em Tela Fina”. Foi patrono
da Cadeira nº 27 da Academia Brasileira de Letras. Foi também Ministro das
Relações Exteriores do Brasil (1837/1839). Foi considerado como um poeta de
transição para o Romantismo. Em vida não publicou nenhum livro, seus poemas
eram entregues aos amigos mais íntimos.
Formosa*
Formosa, qual pincel em tela fina
debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
formosa, qual jamais desabrochara
na primavera rosa purpurina;
debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
formosa, qual jamais desabrochara
na primavera rosa purpurina;
formosa, qual se a própria mão
divina
lhe alinhara o contorno e a firma rara;
formosa, qual jamais no céu brilhara
astro gentil, estrela peregrina;
lhe alinhara o contorno e a firma rara;
formosa, qual jamais no céu brilhara
astro gentil, estrela peregrina;
formosa, qual se a natureza e a
arte,
dando as mãos em seus dons, em seus lavores
jamais soube imitar no todo ou parte;
dando as mãos em seus dons, em seus lavores
jamais soube imitar no todo ou parte;
mulher celeste, oh! anjo de
primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!
*Poesias, 1905
MACIEL MONTEIRO
Reviewed by Natanael Lima Jr
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09:55
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