ALBERTO DE OLIVEIRA
(Palmital
de Saquarema/RJ, 28/04/1857 – Niterói/RJ, 19/01/1937)
Foi
poeta e farmacêutico. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras,
ocupou a Cadeira nº 8, cujo patrono foi Cláudio Manoel da Costa. Iniciou sua
produção poética na escola romântica, estreando com o livro “Canções Românticas” (1878), logo adere
ao Parnasianismo. Sua poesia retrata o culto à forma, a natureza e o cotidiano.
Durante sua carreira literária, colaborou com diversos jornais e revistas
cariocas. Tido como o mais
perfeito sonetista da língua portuguesa, dominador dos alexandrinos e
decassílabos, fica o poeta fluminense como um impar padrão de Parnasianismo no
Brasil.
Principais obras: Canções românticas (1878); Sonetos e poemas (1885); Versos e rimas
(1895); Poesias concretas (1900); Poesias escolhidas (1933).
Lição quotidiana*
Cada manhã
ressuscito
Do sono, esse irmão da Morte,
Que é minha estrela do norte,
Meu professor de infinito.
Hora por hora medito
Sua lição clara e forte;
Mas nem assim minha sorte
Encaro menos aflito.
E, se acordo com o dia,
Cheio de fé e alegria,
Julgando-me imorredoiro,
À noite estou moribundo...
E em meu vazio tesoiro
Vejo o meu fim, e o do mundo!
Do sono, esse irmão da Morte,
Que é minha estrela do norte,
Meu professor de infinito.
Hora por hora medito
Sua lição clara e forte;
Mas nem assim minha sorte
Encaro menos aflito.
E, se acordo com o dia,
Cheio de fé e alegria,
Julgando-me imorredoiro,
À noite estou moribundo...
E em meu vazio tesoiro
Vejo o meu fim, e o do mundo!
*In Poemas
de Itália e outros poemas
ALBERTO DE OLIVEIRA
Reviewed by Natanael Lima Jr
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18:06
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