BITTENCOURT SAMPAIO
(Laranjeiras/SE,
01/02/1834 – Rio de Janeiro/RJ, 10/10/1895)
Poeta,
advogado, jornalista e político. Iniciou o curso de Direito no Recife,
concluindo o curso na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em São
Paulo. Homem público de grande projeção no segundo reinado, foi Presidente da então Província do
Espírito Santo e Diretor da Biblioteca Nacional. Autor de diversas obras em
prosa e versos, considerado como o primeiro dos autores líricos brasileiros,
logo depois de Gonçalves Dias. Entre suas obras destaca-se: A Divina Epopeia de João Evangelista,
trata-se de uma reprodução do Evangelho de João em versos decassílabos.
Principais
obras: Harmonias brasileiras (1859);
Flores silvestres (1860); Poemas da escravidão (1884).
A flor e a brisa
Linda flor que na floresta
Vivia triste a cismar,
Fez-lhe um dia a brisa festa,
E pôs-se a flor a corar.
- “Que sentes, linda florzinha,
Perguntou-lhe a brisa então,
Dói-te o viver tão sozinha
Nesta erma solidão?”
- “Meiga brisa, mais corada
Respondeu-lhe a flor assim,
Eu vivo aqui desprezada,
Ninguém se lembra de mim!”
- “Pois virei, flor de esperança,
falar-te de amor e Deus:
Mas dar-me-ás por lembrança
Num beijo os perfumes teus.”
E foi-se lá na floresta,
Deixando a triste a cismar:
E nunca mais fez-lhe festa,
Que a flor se pôs a murchar!
BITTENCOURT SAMPAIO
Reviewed by Natanael Lima Jr
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18:14
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