ALVARENGA PEIXOTO
(Rio
de Janeiro/RJ, 01/02/1744 – Ambaca (Angola), 27/08/1792)
Poeta
do Arcadismo. Foi advogado, estudou na Universidade de Coimbra (Portugal). Foi
detido e julgado por participar da Inconfidência Mineira, tendo sido condenado
ao degredo perpétuo em Angola. De sua obra restam apenas alguns sonetos e uma
pequena obra laudatória, o drama épico “Enéas no Lácio”, hoje desaparecido.
Suas composições que existem foram reunidas em “Obras poéticas” (1895) por Joaquim Norberto, e reproduzidas por
Péricles Eugênio da Silva Ramos na antologia, “Poesia do Ouro” em 1964. A temática amorosa foi uma das vertentes
da sua poesia, em que também se observa uma postura crítica quanto à sociedade
da época. À Dona Bárbara Heliodora, poema dedicado à sua esposa, remetido do
cárcere na Ilha das Cobras.
De
açucenas e rosas misturadas
De açucenas e rosas misturadas
não se adornam as vossas faces belas,
nem as formosas tranças são daquelas
que dos raios do sol foram forjadas.
As meninas dos olhos delicadas,
verde, preto ou azul não brilha nelas;
mas o autor soberano das estrelas
nenhumas fez a elas comparadas.
Ah, Jônia, as açucenas e as rosas,
a cor dos olhos e as tranças d'oiro
podem fazer mil Ninfas melindrosas;
Porém quanto é caduco esse tesoiro:
vós, sobre a sorte toda das formosas,
inda ostentais na sábia frente o loiro!
nem as formosas tranças são daquelas
que dos raios do sol foram forjadas.
As meninas dos olhos delicadas,
verde, preto ou azul não brilha nelas;
mas o autor soberano das estrelas
nenhumas fez a elas comparadas.
Ah, Jônia, as açucenas e as rosas,
a cor dos olhos e as tranças d'oiro
podem fazer mil Ninfas melindrosas;
Porém quanto é caduco esse tesoiro:
vós, sobre a sorte toda das formosas,
inda ostentais na sábia frente o loiro!
ALVARENGA PEIXOTO
Reviewed by Natanael Lima Jr
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17:56
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