DOUGLAS MENEZES: UMA CANÇÃO, POR FAVOR
Jul 14
– 2019. www.domingocompoesia.com.br
Menezes
é professor das Redes
Pública
e Particular de Ensino. Foto: Arquivo do autor
Nesta
entrevista que segue, concedida ao editor deste site Natanael Lima Jr., Menezes
fala sobre o seu sentimento de lançar mais um novo livro de crônicas, “Uma canção, por favor”, Ed. Vedas,
entre outros assuntos.
Douglas Menezes nasceu
no Cabo de Santo Agostinho. Formado em Letras pela Universidade Católica de
Pernambuco (UNICAP) e em Comunicação Social
pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É pós-graduado em
Literatura Brasileira e Produção Textual. É membro fundador da Academia Cabense
de Letras (ACL). Publicou as seguintes obras: “Crônica do Silêncio”, “O Último Ritual”, “Lua de Pedra”, “Voo para a
Ternura”, “Cidade do Cabo de Santo Agostinho, uma Declaração de Amor”, “Análise
Sintática”, “A Intratextualidade em Graciliano Ramos”, Redação Essencial”, “Graciliano
Ramos, o Cidadão Escritor”, “Literatura para o Vestibular”. Participou de
algumas coletâneas. Ocupou vários cargos públicos em sua cidade, incluindo
Secretário de Cultura. É professor da Rede Estadual e da Rede Particular.
DCP – Qual
o seu sentimento de lançar mais uma nova obra?
DM
- É como ser pai de novo. Não pensava
mais em publicar, mas o incentivo dos amigos me motivou a essa nova e
fascinante aventura de produzir um livro. O facebook já há anos me tirou da
publicação impressa. Produzia tão-somente para as redes sociais e alguns blogs.
DCP – Como
iniciou a ideia de publicar este livro de crônicas?
DM
- Na verdade, resisti um bocado. Os
amigos insistiram. Aí, selecionei algumas crônicas e toquei o projeto, que está
próximo de ser realizado em sua fase final. Tenho material para, pelo menos
cinco livros, não foi difícil juntar o deste livro.
DCP – Fale
um pouco sobre o seu livro “UMA CANÇÃO, POR FAVOR”
DM
– A crônica que dá título ao livro é um
grito contra uma conjuntura que sufoca o homem do cotidiano, com referência à
canção popular. Aliás, todo o livro dialoga com a música. Vários textos fazem
referências à MPB, a autores que influenciaram a vida do cronista. Sempre numa
visão crítica, de um certo pessimismo. Por sinal, há, nas crônicas, um quê de
saudosismo, um memorialismo sentimental da cidade que não existe mais, meio
triste, um final de feira melancólico, um agarra-se ao passado recente, como se
ele pudesse voltar. Procurei, porém, diversificar os textos, em vários temas,
de modo que o leitor tenha uma visão do que eu penso sobre a vida. Dizer,
enfim, da presença da subjetividade, da necessidade de me contar para os
outros. Coisa difícil de ocorrer no meu cotidiano.
DCP – Você
é um escritor que divulga muitos textos na internet, mas publica agora um livro
impresso. Em sua opinião a internet ajuda ou não o escritor?
DM
– Ajuda e muito. Nunca fui tão lido em
minha vida. Além de participar de debates quase no mesmo instante das
postagens. O alcance é enorme. Já produzi textos com quase 18 mil curtidas e
dezenas de comentários. É um espaço democrático e de grande circulação. Não
seria tão lido através de livros.
DCP – Que
balanço você faria sobre o atual mercado editorial brasileiro para os novos
autores?
DM
– Acho legal o surgimento de pequenas
editoras, com edições de poucos exemplares. Dá condições dos novos mostrarem
seus trabalhos. A crise editorial é grande, vem na esteira da crise econômica.
Vivemos da divulgação dos clássicos. Temos um povo que não lê.
DCP – Em
1992 você recebeu um importante Prêmio Literário, promovido pelo Governo do
Estado e o Jornal Diario de Pernambuco, sobre os “cem anos do escritor
Graciliano Ramos”. O que representou essa conquista para você?
DM
– É sempre bom ganhar, principalmente
concorrendo com mais de 600 pessoas. Fui voto de aplauso na Assembleia
Legislativa. Foi bom, mas não mudou nada em minha vida. Valeu pela exposição na
época. Gostei, porém não me iludi.
“Mucuripe é um
porto, uma praia, um sonho,
uma vista além
do horizonte cearense. Barcos a pescar partindo, frágeis embarcações de retorno
incerto, vida talvez sem volta.
Jangadas indo,
só indo, parecendo, cada uma delas, uma despedida final. Encantamento que nem
as décadas conseguem afastar.
Desejo de
conhecê-lo, não à toa.
Que faço eu
num porto ou numa jangada a não ser alimentar devaneios
e ausências
sentidas?
Pois levou-me
ali, a olhar navios e montar pequeno barco,
a singeleza de
uma modinha que ouvi uma vez numa noite chuvosa.
E por que não
dizer triste, na melancolia de mal do século? (...)”
(Fragmento da crônica “Aquela estrela”, extraída
do livro “UMA CANÇÃO, POR FAVOR”)
DOUGLAS MENEZES: UMA CANÇÃO, POR FAVOR
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Que alegria poder estar perto deste escritor que, lá pelos idos dos anos setenta, quando vivi bem mais pertinho de Douglas, no Cabo de Santo Agostinho, onde o mesmo liderava um jornal de um grupo de jovens - JURC. Criamos então o JORNAL A VOZ DA UNIÃO.Um jornal datilografado e imprimido numa máquina chamada Mimeógrafo à base de álcool. Douglas Menezes era o redator-chefe e eu, José Ferreira Nascimento Ferreira e Raimunda Magalhães fazíamos parte da Equipe.
ResponderExcluir"Que saudades daqueles tempos
Tempos antigos que não voltam mais.
Da viola bem ritimada,
E da poesia que ficou pra tráz!
Onde é que está a namorada
Que vivia a contar estrelas
Que vivia a pensar besteiras
Hoje disso não tem mais!..." (trecho de música de autoriade Douglas Menezes) Fez parte até do Festival de música Popular Cabense. São tantas histórias dentro das histórias! Abraço, Douglas!