Poemas da Semana
Poemas de
Fernanda Guimarães, Jade Dantas, Ducabellaflor, Taciana Valença, Márcia
Maracajá e Tereza Soares
Um brinde de
versos para todas as mulheres que celebram o amor e a vida todos os dias!
Chamam-me Mulher
Fernanda Guimarães
Img: Reprodução
Chamam-me
mulher!
Essa
que atrevida, pluraliza-me,
Quando
me penso solidão.
Essa
que me acolhe e instiga,
Saltando
dos abismos e espelhos
Declarando-me
aos meus silêncios.
Chamam-me
mulher!
Essa
que tantas almas tem,
Mas
que incontida pelo sentir
Revira-me
e sabe-me em afetos.
Essa
que é dona de mim
Sem
certidões ou posses.
Chamam-me
mulher!
Essa
que impulsiva me seduz
Com
os sons femininos da poesia
E
acesa, oferece-me ao verso.
Essa
que atravessa desertos
E
faz-se oásis para o universo.
Chamam-me
mulher!
Essa
que chega antes do tempo,
Remexendo
o relógio dos conceitos.
Essa
que deixa dores ao vento
E
seca lágrimas no colo do sol
Ofertando-me
as mãos do recomeçar.
Chamam-me
mulher
Essa
que permite o mundo
Em
seus braços repousar
E
em cada sussurro do alvorecer
Fecunda-se
sempre de vida
No
útero do amor eterno.
Não se esquece
Jade Dantas
Img: Reprodução
seu
corpo de mar
já
habitou um dia minha pele
e
do mar não se esquece
mesmo
que passem mil anos
não
se esquece
dos
murmúrios e do corpo de ondas
trazendo
no seu encanto
sabores
de luar
que
me levam (ainda!) a naufragar
Amantes
Ducabellaflor
Img: Reprodução
Sutis
ventanias de poeira
Embaralham
o crepúsculo
Dos
dias meus, e sorrateiras
Preenchem
o vazio do amor absoluto
Onde
silenciam os gestos das estrelas
Não
de repente, escuto alaridos
Como
das serpentes, enroscando nos meus ouvidos
Debruçando-as
sobre meu veneno, e em gritos
Atingem-me
o peito como um devaneado tiro
Pensamentos
divagam e naufragam
Nas
veias tiranas d que antes era casa,
Agora,
um abrigo de almas agitadas
Que
habitam a prisão da liberdade parda
Alhures,
mora o porvir cintilante
Que
levou meus sentimentos adiante
E
numa terra grávida, não muito distante
Fez
dos meus, os teus braços, amantes
Mulher
Taciana Valença
Img: Reprodução
Há
momentos em que tudo que precisamos é um simples afago. Um tempinho que a vida
tira para nos sorrir. Diante de tantas atribuições que tentamos dar conta com
nossos tentáculos (jamais suficientes), tantas e tantas vezes chegamos no
limite da exaustão. Sexo frágil? Nossa, que fragilidade será essa que tanto
carregamos com a cabeça erguida, como uma fortaleza inatingível mesmo quando
distraídas? A fragilidade fica mesmo é na aparência. Em cima do salto ou fora
dele não fugimos da luta e enfrentamos os dias como bravas leoas que ao mesmo
tempo sabem ser gatas e querem ser mimadas. Hoje o dia nos reverencia,
lembrando nossa força e coragem, disfarçada de fragilidade. Mas nosso lado
frágil e sempre protetor também precisa de um afago, de proteção, de carinho e
dessa lembrança de que somos tanto, mas não seríamos ninguém se nossa força não
tivesse um propósito: A VIDA.
Auto-descrição*
Márcia Maracajá
Img: Reprodução
gosto
de ser só pra mim,
compromissos
longos e marcados sem hora
gosto
dos meus dias de sujeira, de chulé, de sovaqueira,
cabelo
assanhado, pia suja
gosto
de banho demorado
de
não ter namorado
de
namoricos escondidos
e
paixões que me lambuzam
das
que atropelam meus caminhos
e
me provocam a madrugar
gosto
de dormir a noite inteira
da
cama quente
sandália
rasteira
gosto
de carinho pra variar
e
há uma coisa que mais do que gosto
é
ter privacidade
e
com minha liberdade
não
precisar dar roteiro
pra
onde vou, com quem estou o dia inteiro
de
não prestar satisfação
porque
ave-gato é bicho do mato incomodado
com
quem quer fazer dele domesticado
gosto
de seguir meu coração.
*Disponível em:
http://www.marciamaracaja.blogspot.com.br/
Acaso o perfume...*
Tereza Soares
Img: Reprodução
Acalento
o sonho élfico
De
viver por entre as flores...
Acaso
o perfume das dálias
Penetram
nos interiores do mosteiro
Que
é meu coração sombrio
Supriremos
ainda lacunas aterradas
Foram
tantas tentativas vãs
De
preencher o poço de água límpida
Com
valores que nem completamos em nós!
A
marcha dos incansáveis
Agora
nos engana em outros caminhos
Desvios
que nem percebemos
Para
satisfação da canção que embala o sono
Ah!
sem o olho interno nada poderemos ver...
Quero
ser a paz de um coqueiro ao vento
Mas
existe uma batalha que é dentro
E
não há perfume que possa sublimar.
Carnaval de 2014
*Disponível em:
http://e-femea.blogspot.com.br/
Poemas da Semana
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
09:03
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSer divino da luz
ResponderExcluirDádiva de Deus
Que outro ser produz
Escolhida entre todos
Pra gerar Jesus
Mulher reluz, reluz, reluz...
Parabéns! DCP por homenagear este ser maravilhoso.
Acho que não comentei de forma absoluta, por isso o faço novamente: A mulher na sua caminhada é descrita de forma brilhante pela Poeta e Escritora Taciana Valença. Parabéns!
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