Poemas da Semana
Poemas de
Natanael Lima Jr, Frederico Spencer, Neilton Limeira, Carmem Couto e Marcus
Accioly
Solilóquio*
Natanael Lima Jr
aos Menezes, Antonino,
Douglas e Frederico
Img: Reprodução
a
praça está vazia...
e
talvez o silêncio
descreva
o que sinto agora
na
solidão da madrugada
sem
amigo e sem poesia
escuto
de minh’ alma uma voz silente, fria:
-
por que o teu coração amarga descrenças,
tristezas
e incertezas?
ah,
alma intranquila que és!
Ã
noite segue-se o dia
e
o canto que te sorves agora
transforma,
acalma e ilumina
talvez
o silêncio da praça
descreva
o que sinto agora
na
solidão da madrugada vazia
novembro/2010
*do livro “À espera do último girassol
& outros poemas”, 2011
O silêncio habita*
Frederico Spencer
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O
silêncio habita
na
casa, quarto e sala
no
coração do homem, seus vazios:
casarios
com suas vozes inventadas
neles
os fantasmas da infância impregnada.
Nas
ruas os silêncios
de
todos os homens
são
fantasmas de um tempo
de
labuta e caliça
fabril,
multiplicada
nas
mãos dos homens
a
manhã acorda amordaçada
da
noite, que sobrou:
o
cio da cadela amada.
*do livro “Abril Sitiado”, 2011
VersÃculo
Neilton Limeira*
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O
Universo calado
Escuta
o próprio silêncio
Contemplando
os que oram
os
que matam
Passos
diferentes seguem
Leis
inconsequentes regem
O
imundo, o purificado
Em
luta com este ser imenso
Controlando
os que choram
os
que acham
Falsos
referentes medem
Reis
envolventes pedem
Para
o mundo inacabado
O
aroma de um podre incenso
Consumando
os que adoram
os
que vagam
Salmos
coerentes querem
Greis
indiferentes servem
E
o universo calado
Ressoa
o próprio silêncio.
*Neilton Limeira é poeta e professor
universitário
Fantasia
Carmen Lúcia Couto*
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Raiou
teu amanhã
incorporado
no meu ter.
Teus
olhos, tão vazios,
inventam
histórias,
criam
situações e
encurralam
meu viver.
Uma
hora se assemelha ao sol do meio dia
que
aquece, ferve e dissipa minha ira.
Outra
hora é glacial, insÃpido e sem querer.
Que
arrefece, entristece e agonia.
Uma
parte de tua alma me chama,
mas
a outra insiste em te esconder.
Uma
parte do meu pulsar te atrai,
mas
a outra te repudia.
Mesmo
assim,
na
desarmonia do nosso encontro,
ainda
és meu guia.
No
desalento de tua vontade,
ainda
és minha luz , meu desejo...
meu
amor e minha fantasia.
*Carmen Lúcia Couto publicou 50 em
diante: cantos e poesias. Recife, ideia, 2012
Ao rés do chão*
Marcus Accioly
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Ao
rés do chão (amor) ao rés do chão
vinha
da vinha uma serpente e eu disse:
“espera”
(pus na flauta uma canção
para
encantá-la) ah se ela me ouvisse
(as
serpentes são surdas) ai amor
eu
fui ferido pela flauta-viva
que
me tocou à boca e a dor foi dor
(ah
ferida de morte esta ferida
que
com rezas curei) amor não vale
tocar
para as serpentes deste Vale
soprando
aos lábios tubo tão pequeno
(por
isso eu tenho em carne-viva a lÃngua
que em vez de flauta eu toco a minha
vÃbora
e bebo mas destilo o seu veneno.
*do livro Érato – 69 poemas eróticos e
uma ode ao vinho, 1990
Poemas da Semana
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
09:17
Rating:

Intensamente tocante!
ResponderExcluirOlá querida amiga, a poesia é este encanto, uma coisa maluca, intensamente tocante. Abç.
ResponderExcluirA Praça vazia, uma poesia que mexe com a Alma, arrancando-me Lágrimas.
ResponderExcluirAgradeço seu comentário e sua visita. A poesia tem esse encanto.
ExcluirAbç,
Natanael
Poesia é mistério e encanto, a palavra reinventada. Obrigado pela visita, volte sempre.
ExcluirFrederico Spencer
Parabéns! Lindo poema.
ResponderExcluirAgradecemos seu comentário. A poesia é encantadora!
ResponderExcluirSonolência domingueira do silêncio invadiu a poesia.
ResponderExcluirParabéns ao Domingo com Poesia.
abraços!
Adriano Marcena
"Uma pitada de poesia é o suficiente para perfumar um século inteiro." É o domingo da poesia.
ExcluirExcelente!!! Lindos poemas. Obrigada pela publicação!
ResponderExcluirOlá Carmem, agradecemos tb por seu poema. Volte sempre!
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