POETA DO DOMINGO*
A poesia de Erickson Luna
Erickson
Luna/Foto: Camilo Soares
Mariposa
Pra eu poder
e só
andar nas ruas
fez-se em volta uma cidade
e só
andar nas ruas
fez-se em volta uma cidade
Para se dar
mais colorido à noite
pôs-se acima um luminoso
mais colorido à noite
pôs-se acima um luminoso
E pra que eu
me sinta bem enfim
nesta cidade
há-se em mim um cidadão
me sinta bem enfim
nesta cidade
há-se em mim um cidadão
Portanto livre
como o que é em noite
e que enche as ruas
perseguindo luzes
acordando
ainda que em sonhos
íntegro
ainda que meio-homem
plenamente meio
mariposa
como o que é em noite
e que enche as ruas
perseguindo luzes
acordando
ainda que em sonhos
íntegro
ainda que meio-homem
plenamente meio
mariposa
Uma presença
Vez por outra uma presença
me confunde a solidão
menos espero
e muito mais me vejo só
me confunde a solidão
menos espero
e muito mais me vejo só
Não ter do que ter saudade
me deprime e reanima
se me constrange
também não me tira a calma
me deprime e reanima
se me constrange
também não me tira a calma
Além da dor que me embriaga
a lucidez
resiste ao dia, a esta cidade
e a vocês
a lucidez
resiste ao dia, a esta cidade
e a vocês
3 x não
Não creia em mim
Não há futuro
Não me deixo pra depois
Não há futuro
Não me deixo pra depois
*Erickson Luna poeta recifense, falecido em 2007, foi um dos importantes
nomes do “Movimento de Escritores Independentes". Teve alguns poemas publicados
na Coletânea poética I – marginal Recife (2002) e em fanzines. Em 2004 lançou o
livro ‘Do moço e do bêbado’ (2004).
*Publicado
em 12/04/2015
POETA DO DOMINGO*
Reviewed by Natanael Lima Jr
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09:37
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