GREGÓRIO DE MATOS
(Salvador
/BA, 20/12/1936 – Recife/PE, 26/11/1696)
Foi
considerado como o maior poeta do Barroco brasileiro e o mais importante da
nossa literatura no período colonial. Por sua violência satírica ficou
conhecido como o “Boca do Inferno”. Escreveu poesia lírica, satírica e religiosa.
Suas poesias satíricas possuiam um conteúdo sociológico e rico em recursos
linguísticos, neles o poeta narra episódios da vida popular, cotidiana e
política do período colonial. Sua poesia lírica é dividida em quatro dimensões:
lírico-amorosa, lírico-filosófica, lírico-erótica e lírico-religiosa. É patrono
da Cadeira nº 16 da Academia Brasileira de Letras. Foi exilado e retornou ao
Brasil em 1695, sob algumas condições: foi proibido de voltar ao estado da Bahia
e publicar suas sátiras. Vindo para o Recife, conseguiu fazer-se mais querido
que na Bahia, vindo a falecer no ano de 1696, aos 73 anos de idade.
Em 1831, o historiador Francisco
Adolfo de Varnhagen publicou 39 dos seus
poemas na coletânea “Florilégio
da Poesia Brasileira” (1850
em Lisboa).
Entre seus grandes
poemas está o "A cada canto um
grande conselheiro", no qual critica os governantes da cidade da Bahia
de sua época.
Retrato / Dona Ângela
Anjo no nome, Angélica
na cara
Isso é ser flor, e Anjo
juntamente
Ser Angélica flor, e
Anjo florente
Em quem, se não em vós
se uniformara?
Quem veria uma flor,
que a não cortara
De verde pé, de rama
florescente?
E quem um Anjo vira tão
luzente
Que por seu Deus, o não
idolatrara?
Se como Anjo sois dos
meus altares
Fôreis o meu custódio,
e minha guarda
Livrara eu de
diabólicos azares
Mas vejo, que tão bela,
e tão galharda
Posto que os Anjos
nunca dão pesares
Sois Anjo, que me
tenta, e não me guarda.
GREGÓRIO DE MATOS
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
20:18
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