FRANCISCO FERREIRA BARRETO
(Recife/PE,
05/04/1790 – Vila de Flores/PE, 25/02/1851)
Poeta,
pregador, jornalista e político. Fez parte da Assembleia Constituinte e
Legislativa do Império. Com uma poesia
formal e temática pertenceu à escola do Arcadismo, com uma leve tendência ao Romantismo.
Escreveu o periódico “Relator Verdadeiro”
de curta duração.
Principais
obras: A criação do homem e da mulher
(1842); Obras profanas e religiosas (1874).
Soneto
Andas,
frio, suor, a vista errante,
Convulso
o coração em sede ardendo,
Gotas, de
sangue tépido correndo
Pelo
divino, pálido semblante;
Espinhos
na cabeça agonizante,
Cravo nas
mãos, nos pés... suplício horrendo
Terno
pai, que espetáculo tremendo!
Quem pode
resistir, meu doce encanto?
Tudo quer
contra o mundo me revolte;
Vossos
olhos estão a procurar-me,
A lança,
a cruz me diz que os vícios solte.
As mãos
erguidas buscam abraçar-me,
A cabeça
inclinada diz que eu volte,
A boca
meio aberta quer chamar-me.
FRANCISCO FERREIRA BARRETO
Reviewed by Natanael Lima Jr
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20:08
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