BASÍLIO DA GAMA
(Tiradentes/MG,
08/04/1741 – Lisboa (Portugal), 31/07/1795)
Estudou
direito na Universidade de Coimbra (Portugal), participou da efervescência do Arcadismo
português, revelando assim, seu talento de poeta Neoclássico, ao escrever
poesias líricas e, especialmente, épicas. Com o poema “Uraguaí”, consegue a celebridade, ao reverter o esquema épico
tradicional; harmonizar a paisagem à ação épica, dando-lhe plasticidade, além
de tratar os indígenas como matéria poética e não apenas informativa. Utiliza
os versos da tradição épica neolatina, o decassílabo, com o qual consegue efeitos
sonoros e imagéticos.
Principais
obras: Epitalâmio às núpcias da Sra. D.
Maria Amália (1769); O Uruguai (1769); A declamação trágica (1772); Os Campos
Elíseos (1776); Relação abreviada da República e lenitivo da saudade (1788);
Quitúbia
(1791).
A
uma senhora*
Na idade em que eu,
brincando entre os pastores,
andava pela mão e mal
andava,
uma ninfa comigo então
brincava,
da mesma idade e bela
como as flores.
Eu, com vê-la, sentia
mil ardores;
ela punha-se a olhar e
não falava.
Qualquer de nós podia ver
que amava,
mas quem sabia então que
eram amores?
Mudar de sítio à ninfa
já convinha:
foi-se a outra ribeira;
e eu só, naquela
fiquei sentindo a dor
que na alma tinha.
Eu, cada vez mais firme;
ela mais bela.
Não se lembra ela já de
que foi minha;
eu ainda me lembro que
sou dela!...
*Extraído de Sonetos
brasileiros do século XVII – XX. Colletanea organisada por Laudelino
Freire. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cie., 1913
BASÍLIO DA GAMA
Reviewed by Natanael Lima Jr
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