PAULO GONÇALVES DE ARRUDA
(Recife/PE,
05/01/1873 - 08/05/1900)
Poeta
e jornalista. É patrono da Cadeira nº 19 da Academia Pernambucana de Letras.
Foi considerado pela crítica da época um grande sonetista. Organizou conjuntamente
com França Pereira e Teotônio Freire a Revista
Contemporânea. Deixou inédito um
livro de poemas intitulado “Nelumbos”.
Desespero*
Basta, Senhor! O bárbaro castigo
Que me infliges, não é castigo, é morte;
Não me aparece de um Deus clemente e forte
Mas de um mortal e acérrimo inimigo!
Vês?
Arquejo de dor, arquejo e sigo
Sem
conforto, sem fé, triste e sem norte;
Sem, como
tu, achar um braço amigo
Que essa
cruz ao Calvário me transporte!
Basta! Ao menos suavizar a angústia intensa
Que eu levo a errar por essa estrada imensa
No desespero eterno de um precito;
Que não
me arranque mais tão cruelmente
Pedaços
da alma o látego candente
Desse
amor infernal, atroz, maldito!
*In
História geral da literatura
pernambucana, 1955, p. 65
PAULO GONÇALVES DE ARRUDA
Reviewed by Natanael Lima Jr
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