ENTREVISTA COM A ESCRITORA JÚLIA LEMOS
Por Natanael Lima Jr.
Júlia
Lemos. Foto: Divulgação
“Penso que escrever é uma exigência do intelecto,
da emoção empenhados na criação artística que, essencialmente, melhor se
completará na partilha”.
Júlia Lemos concede entrevista inédita
ao site “Domingo com Poesia”, e fala sobre o que levou a escrever, os seus
autores preferidos e os livros que marcaram intensamente sua trajetória.
A escritora e poetisa pernambucana
Júlia Lemos nasceu no Recife, iniciou sua trajetória como atriz nos palcos
recifenses. Seus primeiros trabalhos foram publicados no Diario de Pernambuco e
Jornal do Commércio, participou e organizou vários recitais em Olinda e Recife.
Em 1981 lançou o seu primeiro livro de poesias, “Carmem Antonia Migliacchio
Enlouqueceu”, e em 1997 publica “A Casa Estrelada”. Escreveu os ensaios: “Sobre
uma Poesia de Larvas Incendiada” e “Patativa do Assaré – um trovador
nordestino”. Integra várias antologias no Brasil e Portugal.
DCP
-
Gostaríamos de saber o que te levou a escrever? Qual o momento em que você
entendeu que as suas poesias deveriam ser transportadas para o papel e
apresentadas aos leitores?
JL
-
Penso que escrever é uma exigência do intelecto, da emoção empenhados na
criação artística que, essencialmente, melhor se completará na partilha. Na
Arte também empreendemos a busca por expressar nossos altos ideais. - Como
guardar dentro de nós um novo constructo que se processa em beleza e alegria?
DCP - Quais os
seus autores(as) preferidos(as)? Quais os livros que te marcaram e te emocionam
até hoje?
JL
-
Alguns autores me marcaram porque sua leitura teve um efeito mais de instrução
do que de deleite e por isto foram necessários. Através destes pude distinguir
leituras de puro prazer. Além de autores portugueses e brasileiros, dos nossos
poetas, aprecio os romances e contos de autores de língua espanhola. Mas o
“choque estético”, uma expressão que uso para me referir ao impacto em mim
provocado por alguma leitura, deu-se principalmente ao entrar em contato com os
textos de Clarice Lispector, ainda na adolescência.
DCP
–
Como foi o processo de escolha dos poemas que estão no livro A Exposição dos
Sóis (Edt. Penalux/2017)? Conte-nos como foi trabalhar no seu novo livro.
JL
-
Eu reunia um bom número de poemas escritos ao longo de cerca de dez anos. O
critério adotado para selecionar os poemas seguia a intuição sobre aqueles que
se filiavam ou que melhor sintonizavam com os temas pelos quais orientei este
projeto, que fala, sobretudo da luz e da alegria, mas onde também cabem os
temas da sombra e da melancolia. Tudo tem a ver com o estar sob a
incandescência do Sol, mas também sob sua suposta ausência, quando é o próprio
escuro que nos ilumina. Os poemas são representativos de períodos de minha vida,
mas um livro de poesias tem sua autonomia, ele fala de si mesmo, de um sujeito
poético que expõe seu olhar e traça conjecturas sobre o mundo.
DCP
–
Além de escrever você também atua como revisora de livros, textos e teses. Por
conta deste ofício existe uma cobrança maior quando você escreve?
JL
-
Sim, existe o primarmos pela melhor utilização de nossa língua, mas esta
exigência tem seus limites e recua ante algo que devemos preservar, que é a
liberdade no processo de criação, a chamada licença poética, que me permite
transgredir o uso da norma culta.
DCP
–
Como as leitoras e leitores do Domingo com Poesia podem adquirir o seu livro A “Exposição
dos sóis”?
JL
-
Em nossa página no Facebook, Julia Lemos - @autorajulialemos, informamos todos
os procedimentos e o envio através dos Correios mediante um preço que já inclui
a remessa, enviamos para todo o país.
ENTREVISTA COM A ESCRITORA JÚLIA LEMOS
Reviewed by Natanael Lima Jr
on
05:03
Rating:

Nenhum comentário