A PECULIAR LINGUAGEM POÉTICA DE DIEGO MENDES SOUSA
Postado por DCP em 04/04/2021
Diego Mendes Sousa I Foto:
Reprodução
Diego
Mendes Sousa
(1989-) nasceu na cidade de Parnaíba, na costa do Piauí, e é poeta em tempo
integral, porque sua poesia é orgânica e de imagética peculiar.
Em sua terra natal, fundou o jornal O Bembém, ao lado de Benjamim Santos
(1939-), um dos maiores intelectuais da historiografia brasileira, poeta da
Geração 65 de Pernambuco, e de Tarciso Prado (1938-2018), um dos homens mais
notáveis da sociologia e da cultura piauienses.
Diego Mendes Sousa é autor de dez
livros de poemas: Divagações (2006), Metafísica do encanto (2008), 50
poemas escolhidos pelo autor (Edições Galo Branco, 2010), Fogo
de alabastro (2011), Candelabro de álamo (2012), Gravidade
das xananas (2019), Tinteiros da casa e do coração desertos
(2019), O viajor de Altaíba (2019), Velas náufragas (2019) e Fanais
dos verdes luzeiros (2019), sendo considerado por seus pares e por seus
leitores, como uma das grandes vozes da poética nacional.
*
“Seguro,
lúcido, pleno. Guardo Diego Mendes Sousa como um dos poetas mais vivos, isento
de literatices, não se apagou da memória.”.
José Santiago Naud (1930-2020)
*
“É
o primeiro grande poeta brasileiro do século XXI.”.
Jorge Tufic (1930-2018)
*
“Diego
Mendes Sousa trabalha com rigoroso senso estético. Alguns de seus poemas já
atingiram o nível de obras-primas.”.
Francisco Marcelo Cabral (1930-2014)
*
“A
literatura de Diego Mendes Sousa passa por uma linguagem singular e por uma
forma que aborrece o Déjà vu. Sua sensibilidade nos envolve em momentos de
encanto e de admiração, taquicardia literária da melhor cepa.”.
Yeda Prates Bernis (1926-)
*
“Diego
Mendes Sousa é um ditador de modas poéticas. Abre picadas.”.
Nélida Piñon (1937-)
*
“Diego
Mendes Sousa é um diamante da Literatura Brasileira, meio escondido no
Norte-Nordeste do Brasil. Uma figura genial e de largueza humana!”.
José Francisco Paes Landim (1937-)
*
“A
poesia de Diego Mendes Sousa é como um rio. Poucos observam que um rio se
transforma em mar e o mar é a imensidão, o infinito, a natureza bruta,
indomável.”.
Ítalo
Cristiano Silva e Souza (1979-)
SEIS POEMAS DE
DIEGO MENDES SOUSA
PRIMEIRO
MOVIMENTO
Silêncio
as
luzes escuridão
nuvens
em negrume
de
céu
abandono
é adeus
partida
de lua em fuga
e
metamorfose estelar
o
horizonte reluta
contra
a enchente
dos
mares solares
raios
mortos
e
incandescentes
sempre
canto
o tristonho
o
que o coração reclama
e
canta
Meu
Deus
que
medonho sonho
que
é grito e tanto
que
é tempo de desembarque
e
tanto
Seara
profecia coro
meus
anjos e meus infernos
Meu
inferno seara de profecia
que
anjos em coro entoam:
Que
arrebatada fantasia!
Que
mirra fabulosa!
Deus!
Deus!
Sou
o sábado
e
o abalo
o
último
meu
descanso
o
álamo
e
meu candelabro
ESCUTA OS
POETAS, ELES TE DIZEM
Acredito
na poesia
que
eu proponho
te
fazer escutar
Salomão
em
versos finos
agudos
e alados
dissera
ao Amor
o
que eu te digo
já
em
bálsamo:
se
o Amor é mais forte do que a Morte
ou
se a Morte é mais forte do que o Amor
ou
se ambos são fortes!
ou
se os dois sou eu?
Abarco
o Amor
Desdenho
a Morte
Somos
todos candelabros
choupos
que
choram
sentem
e
tramam destroços
A PATÉTICA DOS
POETAS
Não
olhes para os profetas
Eles
recamam a profecia
Os
poetas te revelam
os
adornos da vida
Chama
para ti
os
tálamos da noite
o
amor se faz em relva
nas
membranas dos sexos
lamosos
quando
as aves são cálamos
que
escrevem plumagens
nas
soturnas aragens
Os
profetas lançam perfumes
em
miragens
Os
poetas calam
Olha
para os poetas
eles
são sábios
A SIMBOLOGIA
Ravel
Jorge Gerardo
cantam
a renascida pavana
parnaibana
a
infanta do reino de Tigres
Altair
que eu encanto
em
nobre bolero
ressunta
das sibilas
na
garganta do Poeta
Santa
de luz em manta
rosa
de Maria soberana
o
que dos teus olhos
verdes
é
hosana é hosana é hosana
em
planta serrana e romana
Gana
de amor e putana
das
marés de lâmpada
em
emanação de sinos
Cabala
de uma aduana
de
sexos tisanos em si
Altair
de ervas de catana
a
pavana é para ti
A REAL MEMÓRIA
Talvez
esse seja o ano
em que a ceifeira
ronde os meus doridos
espaços
onde as almas se encontrem
na andaluzia dos
contrários
até
a chegada da noite esperada
em que os olhos
se perturbem em lágrimas
e o corpo se clarifique paralisado
em
vagas
de silêncios rompidos ou
desterrados
Abro
o rosário das mágoas assinaladas
o
perdido é para sempre perdido
o
amado permanecerá amado
no
ano em que a morte
transitou
nos lábios
e
o sangue jorrou triste
nas
aterradas águas
em
que o Tempo foi
sonhou
e
não mais voltou...
lentamente
fui me despedindo
dos velhos sorrisos
na
raridade das horas escondidas
O
mesmo espelho não
se
esclarece em vida
O
passado é passado
e
assim será sempre...
enquanto
todos
os rastros
se
descaminhem tardos
para
os destroços e escombros
de
nossa real passagem
A VESTE
Faz
pouco fui tomado
pelo
surto da beleza
passei
instantes
combatendo
ascese
sem
alarde
Depois
derramei
a
poesia transcrita
em
sânscrito de glória
Compartilho-te
porque
somos vizinhos
irmãos
de caravelas
paralelas
aos
carvalhos em chuva
nos
atalhos de veludo
Teus
cabelos grisalhos
são
meus talhos tardios
e
meu sobretudo de retalhos
dormias
e
eu bem perto cantava

Parabéns poeta pela sensível poesia em vida e êxtase
ResponderExcluirParabéns pelos lindos poemas.
ResponderExcluirObrigado, poeta. Seus poema explodem em direções indistintas, e assim nos inflamam o corpo, a alma e o espírito, num conúbio de beleza e amor.
ResponderExcluirParabéns,seus poemas são diários aprendizados,teor vibrante,estético,acadêmico,sensível.
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